Conheça dicas de poupança para famílias numerosas
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Clique aquiSeja devido aos custos financeiros, à vida agitada ou à existência de outros objetivos de vida, poucas são as famílias que se aventuram a terem o terceiro filho ou a superar este número. Se está neste grupo, conheça as dicas de poupança de outras famílias numerosas.
Silêncio é um bem raro numa casa com filhos. Sobretudo quando falamos de uma família numerosa, que tem, pelo menos, três crianças. E se a azáfama é mais que muita, as contas para pagar também não ficam atrás. É o material escolar, a roupa que lhes foge, as faturas astronómicas da eletricidade, contas de supermercado e tantas outras coisas que, todos os dias, é necessário comprar ou pagar. Mas gerir uma família numerosa não tem de ser um bicho de sete cabeças. Há estratégias que permitem reduzir – e muito – as despesas.
Na casa de Elisabete Carvalho e Manuel Ferreira, por exemplo, há uma regra de ouro: estabelecer prioridades. “Evitamos despesas supérfluas. Concentramos os gastos no essencial”, sintetiza a jornalista de 42 anos, mãe de três filhos de 8, 7 e 2 anos. Para a família de Braga existem três prioridades: a alimentação saudável, a educação – fazem questão de ter os filhos num colégio privado – e os cuidados de saúde. “O dinheiro é gasto no que é necessário, importante e útil. Tudo o resto não é equacionado”, garante Elisabete Carvalho.
Na família Nobre não é diferente. “A gestão do orçamento para uma família de cinco não nos parece muito diferente da gestão normal das outras famílias. É feita em função do valor disponível, enquadrando as despesas que são imprescindíveis dentro desse valor”, explica António Nobre, também de 42 anos. Por vezes, admite, existem despesas necessárias mas não imediatas – e por isso adiadas. “A compra de umas sapatilhas, por exemplo, terá de resvalar para o mês seguinte.”
4 dicas de poupança para famílias numerosas
1. Faça um orçamento
Saber qual o rendimento disponível e as despesas a pagar é fundamental para garantir que não se foge ao valor disponível para gastar. “Poupar e ser muito racional na gestão dos recursos é ainda mais crucial no caso de uma família numerosa. É imprescindível um orçamento mensal e um orçamento anual por escrito – para apanhar as despesas periódicas, como o regresso às aulas ou os seguros. Esta é a única forma de controlar os gastos”, explica Susana Albuquerque, especialista na gestão de finanças pessoais. Esta é uma dica que já faz parte do dia a dia de António Nobre e Carina Miguel, ambos professores e residentes em Torres Novas. “Tentamos programar as despesas com antecedência. Existem momentos que representam um acréscimo na despesa, como o início do ano escolar ou as férias”, explica António Nobre. “Há muitos anos que previmos, no início do mês, todas as despesas mensais.
O pagamento da prestação do imóvel, das faturas de telecomunicações, luz, gás, água ou seguros está programado para os primeiros dias do mês, quando existe maior disponibilidade financeira.
Há despesas às quais não podemos fugir e essas pagamos logo”, conclui. “É importante fazer opções”, acrescenta Elisabete Carvalho. Tanto a jornalista como o marido, arquiteto, realçam que cada família deverá escolher no que pode poupar. “Pode conjugar as opções lúdicas para pais e filhos com o orçamento disponível”, esclarece a mãe de Francisco, Maria Carolina e Maria Clara.
2. Recicle, recicle, recicle
A reutilização é outra das dicas de poupança das famílias Carvalho Ferreira e Nobre. Muitos artigos passam dos mais velhos para os mais novos. “Conseguimos poupar nos brinquedos, por exemplo. E as roupas passam dos irmãos e dos primos mais velhos para os mais novos”, explica Elisabete.
O mesmo acontece com os três filhos de António e Carina: Madalena, Benedita e Salvador. “Fazemos o reaproveitamento de roupas entre as duas irmãs mais velhas, que têm três anos de diferença. Mesmo em relação ao mais novo, um menino, recebemos roupas de primos mais velhos”, referem.
3. O último apaga a luz
As contas fixas da casa são outra importante fonte de despesa, pelo que há cuidados que ajudam a baixar o valor a pagar. “No dia a dia há atitudes responsáveis e pedagógicas que representam verdadeiras formas de poupança: a racionalização do consumo de água, de eletricidade e dos combustíveis”, explica Elisabete Carvalho.
Uma das medidas exclusivas para as famílias numerosas e que pode reduzir a fatura mensal é o Tarifário Familiar da Água, desenvolvido para agregados familiares com cinco ou mais pessoas e que já é promovido por 198 municípios portugueses, segundo a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN).
“No distrito de Lisboa todos os municípios têm tarifa familiar de abastecimento de água, e nos distritos de Santarém e Aveiro mais de 90% já aderiram a este tipo de tarifário”, esclarece Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da APFN.
Além de aproveitar esta benesse, a família Nobre aposta ainda na renegociação dos contratos de telecomunicações, luz, seguros ou do empréstimo da casa. “São pequenos nadas que, todos somados, resultam em poupança mensal”, refere António Nobre, que acrescenta a reavaliação do valor patrimonial da casa, da qual resultará um eventual decréscimo do pagamento do IMI, como outra das dicas que segue pontualmente.
No que toca a este imposto, de resto, as famílias numerosas podem socorrer-se do apoio da APFN, que disponibiliza uma base de dados online com as taxas praticadas por 224 autarquias portuguesas.
4. Aproveite as promoções
É já um lugar-comum, mas não perde atualidade. Quem souber usar as promoções e os saldos de um modo eficaz pode poupar muito dinheiro no final do mês. Sobretudo numa família onde tudo tem de ser em grande quantidade.
“As promoções dos hipermercados são sempre momentos que também permitem alguma poupança”, conta António Nobre. “Além dos cartões dos supermercados, existem vários sites onde as famílias se podem inscrever para obterem descontos. Em muitos casos, é possível acumular estes cupões com os descontos físicos no supermercado”, afirma Susana Albuquerque. Para a especialista, comparar também é essencial para poupar nestas compras. “Podem fazer essa pesquisa online antes de escolherem o supermercado.” No fim, não é preciso mais do que “organização e convicções seguras do estilo de vida que queremos para toda a família”, explica Elisabete Carvalho. Já António Nobre destaca que “ter três ou mais filhos é uma opção de vida”. Mas “dentro de toda aquela balbúrdia do dia a dia, das constantes discussões, da gritaria e das dificuldades, existe uma alegria e uma felicidade imensas”.
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