Taxa fixa, mista ou variável no crédito à habitação: qual deve escolher?
Na hora de recorrer ao crédito à habitação, é fundamental ter em conta que, além do montante que o banco lhe emprestará, vai cobrar-lhe uma percentagem sobre esse valor. Atendendo a que a taxa de juro representa uma parte substancial do crédito à habitação, a escolha do tipo de taxa (fixa, mista ou variável) é uma decisão a ponderar.
Importa, por isso, que cada cliente se informe, peça simulações a diferentes instituições de crédito e opte pela solução financeiramente mais vantajosa. Quem já tem um crédito à habitação, pode sempre tentar renegociar o seu contrato. Antes de fazer a sua escolha, descubra os benefícios e inconvenientes das taxas fixa, mista ou variável.
A estabilidade da taxa fixa
Ter um crédito à habitação com taxa fixa significa contratualizar com a instituição bancária o pagamento do mesmo montante durante o período do empréstimo. Isto quer dizer que se as taxas de juro, como a Euribor, subirem ou descerem, a prestação mensal permanece inalterada. O valor da taxa fixa é definido pela instituição de crédito, considerando vários fatores, como o risco de crédito do cliente ou as garantias que apresenta (fiança ou hipoteca).
A grande vantagem de optar pela taxa fixa é saber com o que se conta todos os meses. Ainda assim, em condições normais, os clientes com taxa fixa têm uma prestação mais elevada do que os que se decidiram pela taxa variável indexada à Euribor. Trata-se, no fundo, do preço a pagar pela garantia de que o valor não vai disparar. Em contextos como o atual, em que a inflação e as taxas de juro são elevadas, ter um crédito à habitação com taxa fixa pode ser uma segurança.
Se está a pensar poupar algum dinheiro para amortizar parte da dívida, ao longo do tempo, tenha em conta que a comissão para quem tem taxa fixa (2%) é, regra geral, quatro vezes mais elevada do que para aqueles que têm taxa variável. Em 2023, a amortização de créditos com taxa variável está isenta de comissão.
A possibilidade de poupança associada à taxa variável
Os créditos à habitação com taxa de juro variável sofrem, como o nome indica, oscilações ao longo do empréstimo. As prestações podem, portanto, subir ou descer de acordo com o comportamento dos indicadores que compõem essa mesma taxa variável. São eles o spread – a margem de lucro definida livremente por cada instituição de crédito tendo em conta fatores como o risco de crédito do cliente e as garantias do empréstimo – e o indexante, ou seja, a Euribor.
A Euribor baseia-se nos juros praticados pelos bancos da Zona Europa e serve de referência aos créditos à habitação e outros produtos financeiros. Assim, a prestação é revista consoante o prazo da Euribor que o cliente escolheu, sendo os mais comuns a três e a seis meses. Se, por exemplo, optar pela taxa variável, indexada à Euribor a seis meses, significa que o valor da prestação é revisto semestralmente, refletindo a alteração deste indexante. Durante esse período, o montante mantém-se. A mais-valia de ter um crédito à habitação com taxa variável prende-se, sobretudo, com os períodos em que a Euribor está baixa e em que o potencial de poupança por parte dos clientes pode ser elevado. Em Portugal, mais de 90% dos créditos à habitação são de taxa variável.
A flexibilidade da taxa mista
Há ainda uma opção que combina as vantagens e desvantagens das taxas fixa e variável. Trata-se da taxa mista que possibilita que, numa fase inicial do empréstimo (cinco, dez ou quinze anos, por exemplo), esteja associada uma taxa de juro fixa, e, no restante, uma taxa variável. Se no momento em que contratar o crédito à habitação, a Euribor estiver em alta, poderá ser vantajoso optar por taxa fixa na fase inicial.
Agora que já conhece as vantagens e desvantagens das taxas fixa, variável e mista, pode ponderar e escolher a que melhor se adequa à sua situação.
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