12 decisões financeiras que vão melhorar a sua vida

12 decisões financeiras que vão melhorar a sua vida
18 minutos de leitura
Ilustração de Sérgio Veterano
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eduzir gastos e aumentar a poupança são duas das decisões mais importantes que pode fazer pelo seu dinheiro. Mas não são as únicas. Ter uma alimentação saudável, usar os transportes públicos ou mudar para uma cidade mais pequena vão ajudá-lo a amealhar mais dinheiro ao final do mês, a ter mais saúde e mais tempo para si e para a sua família.

Rita Piçarra definiu uma meta ambiciosa para a sua carreira desde o início. “Sempre sonhei muito alto e esse é o primeiro grande pilar do meu sucesso.” Fez um plano de carreira, foi percebendo quais as competências que precisava de adquirir, através de constantes autoavaliações, solicitou sempre a opinião das chefias sobre como melhorar e tentou rodear-se de mentores.

O plano não seguiu exatamente uma linha reta. Por exemplo, deixou a consultora onde trabalhava porque sentia que o equilíbrio entre vida pessoal e laboral não estava a funcionar, mas ajustou a rota da carreira e chegou tão alto quanto ambicionava: diretora financeira da Microsoft Portugal. “Só podemos ser os melhores profissionais se tudo o resto estiver bem e equilibrado”, assegura. Definiu que a família era a prioridade absoluta e treinar com o personal trainer, à hora de almoço, uma regra fundamental. “As prioridades pessoais não podem ser negociadas” com o empregador, diz.

Esta foi uma lição que aprendeu quando, recém-chegada a Miami, nos Estados Unidos, se atrasou sete minutos para ir buscar a filha à creche. Sabe exatamente o tempo porque pagou 35 dólares – cinco por cada minuto após o horário de fecho do estabelecimento. “Senti-me a pior mãe, até multas pagava. [A vida pessoal] passou a ser uma prioridade para mim”, conta.

Em 2006, sofreu outro ajuste forçado devido à mais triste das notícias: a morte prematura do pai, aos 54 anos. “Percebi que não queria trabalhar até à idade da reforma e ia retirar-me aos 50 anos”, afirma. Teria, assim, “pelo menos quatro aninhos” para desfrutar da vida em pleno.

Chegou a esse objetivo muito antes. Aos 42 anos, tinha alcançado a independência financeira e dois anos depois, após ter preparado a sua sucessão, retirou-se do mundo corporativo. Tinha 44 anos.

Rita Piçarra tomou várias decisões que melhoraram as suas finanças e contribuíram para este desfecho laboral muitíssimo feliz e que relata no livro A Vida Não Pode Esperar (Contraponto, 2024). Dependendo da ambição e dos planos de cada um, damos-lhe a conhecer 12 opções financeiras para melhorar a sua vida de acordo com especialistas em áreas como as finanças pessoais, o imobiliário, a saúde e a educação.

Uma vida inteira de boas decisões financeiras permitiu a Rita Piçarra reformar-se aos 44 anos. Hoje, pode fazer surf, ou outra atividade qualquer, sempre que quiser

1. Reduza as dívidas e os gastos

Rita Piçarra define-se como “uma pessoa de planos”: orçamenta o que ganha e o que gasta. No tempo em que viveu fora do país, definiu como valor da poupança 20% do que ganhava, com o objetivo de investir em imobiliário em Lisboa. “Em Portugal acho difícil poupar tanto. Mas nos Estados Unidos e no Brasil era a minha realidade.” Decidiu seguir uma “vida minimalista” para poupar mais e investir em Portugal. “Deixei de comprar roupa, bens supérfluos.” Só adquire uma nova peça – e em lojas de segunda mão, como a Vinted – quando precisa de substituir outra, que se estragou.

Essencial para conseguir reduzir os gastos é “saber quais são ao pormenor”, afirma David Almas, especialista em finanças pessoais e editor do boletim Tlim: “Os consumidores que desejam reduzir as suas despesas devem apontá-las — data, montante e categoria —, de modo a conseguirem fazer um balanço dos gastos.” Daí, passa-se para a fase de tomada de decisões. Assim, periodicamente devem procurar-se “alternativas às principais despesas: os bancos mais económicos para os créditos, os fornecedores mais baratos de energia e comunicações, os supermercados com as melhores promoções”. Ou até acabar com despesas não prioritárias, como os serviços de subscrição ou mensalidades do ginásio, quando não utilizados.

Outra solução é reduzir as dívidas, propõe David Almas: “Em vez de canalizar o dinheiro que sobra no fim do mês para uma poupança, usa-se na amortização antecipada e frequente.” Da hipoteca da casa, por exemplo. No seu caso particular, David Almas amortizou em 6 anos o crédito à habitação que estava definido para 35 anos.

2. Não deixe o seu dinheiro parado

Deixar as poupanças “paradas”, sem fazer qualquer investimento, implica perdas de valor por causa do efeito da inflação. Rita Piçarra investiu o que amealhou enquanto esteve emigrada. Percebendo, através de amigos, que o turismo em Portugal estava a crescer, começou a adquirir casas na zona da Avenida da Liberdade, em Lisboa, e depois noutras áreas próximas da capital. Também tem planos de reforma e ações. “Estou sempre em constante busca por melhores rentabilidades. Os investimentos são como os bebés: não é só fazê-los, temos de cuidar deles”, explica.

João Morais Barbosa, fundador da consultora Reorganiza, dá outras dicas. “Devemos colocar o dinheiro a trabalhar para nós de acordo com os nossos objetivos, o nosso perfil de risco e o nosso conhecimento financeiro.” Mas, avisa o consultor, é importante começar por “aplicações sem risco” e procurar conhecimento financeiro para perceber as oportunidades de “investir em produtos com maior volatilidade”.

Qualquer que seja a sua opção, sublinha João Morais Barbosa, não deixe de se informar sobre o enquadramento fiscal das diferentes aplicações. “Existem algumas que são fiscalmente mais interessantes do que outras e que, a longo prazo, podem representar uma diferença de tributação enorme”, alerta.

“Devemos colocar o dinheiro a trabalhar para nós de acordo com os nossos objetivos, o nosso perfil de risco e o nosso conhecimento financeiro”

João Morais Barbosa, consultor financeiro

3. Começar a poupar no primeiro salário: sim ou não?

Os especialistas não são unânimes nesta matéria. David Almas acredita que a poupança deve ser introduzida suavemente na vida profissional e defende que não é preciso pôr dinheiro de parte desde o início. “Os primeiros vencimentos são, normalmente, mais baixos. O esforço de poupança prematuro sacrifica o bem-estar por se adiar o consumo de coisas que podem fornecer muita felicidade”, considera. E dá um exemplo: “Um jovem trabalhador deve investir o seu dinheiro em experiências, como viagens, que lhe trarão dividendos emocionais para o resto da vida através das memórias.”

Já João Morais Barbosa tem uma visão diferente e sublinha a importância de se poupar desde o início como forma de adquirir este hábito. “Nesta fase, as pessoas tendem a viver ainda em casa dos pais, pelo que o nível de despesas é controlado. Assim, será recomendável ter uma taxa de poupança mais elevada, para com isso constituir um primeiro fundo de emergência e, depois, poupanças mais avultadas. Por exemplo, para comprar a primeira casa”, afirma.

A poupança deve ser feita no início do mês, na altura em que se recebe o salário. “Deve ser [transferida de forma] automática, com um valor que seja comportável e que evolua ao longo do tempo”, diz. Na verdade, esta ideia já está enraizada no meio laboral, uma vez que há cada vez mais empresas com planos de pensões que incentivam os seus funcionários a irem amealhando dinheiro.

4. Casar com a pessoa certa

“É absolutamente fundamental que o dinheiro seja gerido em casal. Falamos de prioridades. Objetivos. Estratégias. Gestão do dia a dia. Quando nos casamos, unimos dois projetos de vida num único”, diz João Morais Barbosa. Quando se assume um crédito, essa é uma decisão que tem impacto em toda a família. Mesmo as outras despesas do dia a dia devem ser do conhecimento de ambos. O fundador da Reorganiza sugere que se defina um dia por mês para falar de dinheiro. “Para rever o orçamento e afinar todo o processo. Não significa que durante o mês não haja espaço para falar pontualmente sobre as coisas, mas a ideia passa por criar algum formalismo que obrigue à reflexão e ao debate de ideias”, refere.

David Almas reconhece a importância da vida a dois nas decisões financeiras, mas considera que é possível ter outras dimensões, até uma gestão individual: “Conheço casais que funcionam com as finanças completamente separadas. Não acredito que sejam menos felizes por terem tomado essa decisão.”

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5. Proteja a sua família

Ao longo da vida, a proteção familiar pode assumir diversas formas. As modalidades de proteção do Montepio Associação Mutualista, por exemplo, resguardam os associados de acontecimentos imprevistos e que podem provocar sufocos financeiros na vida. João Morais Barbosa recorda que produtos como os seguros, tendem a ser vistos como “um parente pobre no planeamento financeiro”, pois só os utilizamos em situação de sinistro, altura em que estamos vulneráveis.

Esta é uma decisão errada tendo em conta os eventos inesperados na vida. Estas soluções/modalidades são “um garante da segurança, pois sabemos que podemos passar as consequências financeiras de um evento adverso” para a instituição que está a proteger-nos.

6. Planeie a sua saúde

Há cada vez mais pessoas com seguro de saúde em Portugal. Desde 2019 tem-se registado um aumento anual de mais 200 mil pessoas com esta proteção – de acordo com a Agência Portuguesa de Seguradores (APS), no final de 2023 eram já quase 3,6 milhões os beneficiários.

A decisão de contratar um seguro de saúde nem sempre é fácil e depende da idade, do estilo de vida e do número de pessoas do agregado familiar. Por um lado, é mais uma despesa mensal que terá de pagar; por outro, dá-lhe o conforto de aceder a uma grande rede de prestadores e valores mais baixos dos atos médicos.

Existem opções menos onerosas, como os planos de saúde, que podem estar ao alcance de famílias com menos recursos. O Plano Montepio Saúde, gratuito e exclusivo para associados Montepio, pode ser uma boa alternativa para quem quer cuidados de saúde de qualidade a preços mais baixos. Este plano não tem período de carência, limite de idade, franquia ou exclusão por doenças preexistentes.

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7. Faça uma alimentação saudável

Optar por uma dieta equilibrada não é apenas uma decisão fundamental para a saúde. É também uma forma de poupança, explica a nutricionista Inês Pádua, professora no Instituto Universitário de Ciências da Saúde da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU). “Os alimentos da época são, regra geral, mais baratos e têm mais benefícios do ponto de vista nutricional porque completaram o seu ciclo de crescimento. Além disso, são mais saborosos”, diz a especialista. Esta recomendação não se aplica apenas aos produtos hortofrutícolas mas também ao peixe, como é o caso, por exemplo, da sardinha, cuja pesca está proibida nos meses de inverno. Outra dica passa por escolher alimentos ultracongelados, “seguros do ponto de vista microbiológico” e ricos em vitaminas e minerais. Os brócolos, por exemplo, são mais baratos desta forma, explica a nutricionista, frisando que não têm menos benefícios nutricionais do que os frescos.

Outra forma de potenciar a poupança passa pelo consumo de enlatados. “São uma solução acessível e rápida, quer estejamos a falar de conservas de peixe ou de leguminosas, como o feijão, o grão e as ervilhas”, afirma Inês Pádua, referindo que as leguminosas “são mais económicas e permitem substituir alimentos mais dispendiosos, como o peixe ou a carne”. A nutricionista lembra ainda que os “pratos de tacho”, como caldeiradas ou guisados, típicos da alimentação mediterrânica, permitem usar apenas um bico do fogão, o que também pode implicar menos gastos energéticos. E recomenda a ingestão de água em vez de outras bebidas, que são mais caras e também prejudiciais ao organismo. “É também preferível consumir pão em vez de tostas e bolachas.”

Além da poupança imediata, ao adotar uma alimentação saudável estamos também a prevenir o aparecimento de diversas patologias, o que pode representar, no futuro, menos despesas com as idas ao médico e os tratamentos. “O padrão alimentar mediterrânico é um dos mais referidos em termos de prevenção de doenças”, sublinha a nutricionista, que alerta ainda para o impacto do desperdício alimentar. Estima-se que cada português deita fora 180 quilos de comida por ano. “Perdemos o hábito de reaproveitar a comida e aí há também um potencial de poupança.”

“Os alimentos da época são mais baratos e têm mais benefícios do ponto de vista nutricional, porque completaram o seu ciclo de crescimento. Além disso, são mais saborosos”

Inês Pádua, nutricionista

8. Regresse à escola

Teresa Ibérico Nogueira, atualmente com 38 anos, estava ainda no 1º ano quando decidiu trocar a licenciatura em Gestão por Serviço Social. Recorda-se bem da incredulidade com que os colegas receberam a notícia. Já então se falava no envelhecimento populacional e Teresa, que era uma excelente aluna e “relativamente ambiciosa”, sabia que o ramo das residências assistidas seria uma “área de futuro”. Era uma opção que fazia todo o sentido para si. Após o curso, trabalhou sempre em funções de gestão precisamente nesta área, sendo hoje diretora técnica da Residência Montepio da Parede. Um dia, quis aperfeiçoar os seus conhecimentos. Falou com várias pessoas, investigou a oferta em Portugal e decidiu-se pelo programa em direção de empresas da AESE.

Shruti Parashar, consultor que ajuda profissionais e executivos a decidirem os melhores programas para as suas carreiras, listou na revista Forbes um conjunto de perguntas a fazer antes de se tomar esta decisão: quero fazer uma transição de carreira? Aperfeiçoar as minhas qualificações? Ou até melhorar a minha rede de contactos? Além das respostas a estas questões, este especialista aconselha as pessoas que decidirem avançar a que se concentrem nos seus pontos fortes.

“A minha intenção quando tirei o curso [na AESE] não era evoluir na carreira ou mudar de empresa. O principal objetivo era melhorar o meu desempenho enquanto diretora desta empresa”, refere Teresa Ibérico Nogueira. Com o intuito de continuar a desenvolver-se, a profissional fez outra formação na Universidade Nova de Lisboa, na área de gestão de inovação e liderança em unidades de saúde.

Para José Fonseca Pires, “o lifelong learning é uma necessidade, não uma buzzword”. O diretor da AESE Business School, que tem programas especificamente concebidos para membros de conselhos de administração e diretores-gerais (Programa de Alta Direção de Empresas), diretores de unidades de negócio (Programa de Direção de Empresas) e para quem dirige equipas e projetos (Programa de Gestão de Liderança), sublinha que “o lifelong learning é uma constante na vida de dirigentes e executivos que queiram fazer parte dos centros de tomada de decisão de uma empresa ou organização”. Caso não exista esta atualização de conhecimentos – e até da própria rede de contactos – corremos o “risco de ficarmos obsoletos”.

A diretora da Residências Montepio da Parede, Teresa Ibérico Nogueira, ingressou no programa em direção de empresas da AESE. O objetivo? Aperfeiçoar os conhecimentos

9. Aumente as suas poupanças andando de transportes públicos (e não só)

Portugal é o quarto país europeu onde o custo médio mensal de um carro é maior. Só Países Baixos, Noruega e Suíça superam os 1 160 euros pagos em média por nós, de acordo com o Car Cost Index publicado em 2022 pela LeasePlan, que analisou o custo total de propriedade (inclui indicadores como manutenção, tipo de combustível ou energia usado, a depreciação, impostos, seguros). Os valores são superiores para viaturas a gasolina e gasóleo e baixam, em média cerca de 35%, nos automóveis familiares elétricos.

Um conselho que é comummente dado às famílias é abdicarem de um segundo carro. Outro: se vivem numa área bem servida por transportes públicos, devem optar por esta solução. Esta é, aliás, uma variável tida em conta no índice online da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, que permite simular os gastos com automóvel. Neste momento, os passes mensais para circular nas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto variam entre 30 e 40 euros. Até aos 23 anos são grátis e existem tarifas especiais para pessoas em situação económica mais desfavorecida – incluindo desempregados. Desde 2024 também existe o passe ferroviário nacional, que custa 49 euros e permite circular nos comboios regionais, inter-regionais, urbanos e intercidades da CP.

João Morais Barbosa deixa a ressalva: “As grandes cidades têm cada vez mais alternativas de transporte e acabam por ter também a facilidade de termos tudo perto. As pessoas que optem por viver em localidades menos povoadas ou com menos serviços acabam por ser prejudicadas neste contexto.” Compensará optar pelo transporte público se isso implicar somar mais uma a duas horas em deslocações por dia? “Será que não podemos usar esse tempo para outros fins? Nem tudo se resume ao aspeto financeiro”, conclui o especialista em finanças pessoais.

Quando se pensa na sustentabilidade é tudo uma questão de avaliar e ponderar a melhor opção. Se se comprar uma camisola muito barata mas desbotar ou rasgar-se após ter sido usada duas ou três vezes isso foi mesmo um bom investimento? A durabilidade, o potencial de reutilização e o uso prolongado são variáveis a ter em conta. “Em geral, investir na qualidade tem retorno em termos financeiros e de sustentabilidade”, explica Susana Fonseca, vice-presidente da Associação Zero. “Existe a ideia generalizada de que as escolhas mais sustentáveis são mais caras, o que nem sempre acontece.” Isto porque o custo de um produto não se resume ao que pagamos no momento da compra. “Sendo um critério importante (principalmente para quem tem maiores dificuldades financeiras), não deve ser o único parâmetro a considerar na decisão final”, refere a ambientalista.

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10. Compre uma casa que pode verdadeiramente pagar

Que casa posso ter? Esta é a pergunta que deve fazer quando decidir adquirir uma habitação. David Almas coloca à partida duas condições: “Não recomendo créditos à habitação demasiado longos nem prestações que não sejam facilmente suportáveis pelos rendimentos. Às vezes, é melhor comprar uma casa mais pequena.”

O site Idealista disponibiliza um simulador que, através da introdução de alguns dados básicos, calcula quanto cada agregado pode pagar pelo crédito à habitação. Por exemplo, um casal com cerca de 30 anos, sem outros empréstimos, com uma poupança de 35 mil euros e a auferir um salário médio líquido de cerca 1 042 euros cada um devia ter como meta uma habitação até 154 mil euros. A prestação mensal rondaria os 434 euros – um valor que o casal poderia suportar, uma vez que representa 21% do seu rendimento mensal.

Esta é uma simulação simplista, na qual não se incluem outros créditos mas que serve para explicar o conceito de taxa de esforço, que não deve ultrapassar “um terço do rendimento mensal” de uma família, permitindo-lhe assim acautelar despesas imprevistas (como doenças ou situações de desemprego), explica Miguel Cabrita, responsável de crédito do Idealista.

Definido o valor máximo, é necessário responder a outras perguntas: tem 20% do valor total? As instituições bancárias financiam entre 80 a 90%, pelo que é necessário ter esse valor disponível – e deixar mais algum de parte para outras despesas, como impostos ou obras necessárias para tornar a casa no lar desejado. Sobretudo quando são pessoas jovens, é usual pedirem essa almofada financeira à família.

Antes de pensar em comprar casa, deve fazer outra pergunta: está disponível para viver nos arredores ou tem mesmo de ser no centro de uma grande cidade? “Em muitas situações, é aí que as pessoas conseguem comprar”, refere o especialista. E qual é o tamanho da casa que pretende? A preocupação não é tanto a dimensão, mas o número de quartos”, diz Miguel Cabrita, recordando que muitas pessoas procuram habitação própria em fases de mudança na vida: como a saída de casa dos pais, o casamento ou o divórcio. Seja quando for, Miguel Cabrita sublinha a relevância de pesquisar e informar-se antes de tomar uma decisão. Procurar apoio profissional também pode ser uma boa opção, porque “poupa muito tempo aos clientes, é gratuito e ajuda a esclarecer”.

Há ainda mais outra pergunta que pode fazer: tem mesmo de comprar já? David Almas sugere que se analise o arrendamento porque, “em alguns municípios, as rendas são agora mais baixas do que as prestações dos créditos à habitação”. E essa pode até ser uma decisão transitória, acrescenta Miguel Cabrita, referindo-se a quem opta por arrendar com opção de compra.

Bruno Micaelo Pinheiro regressou à Guarda natal após 10 anos a estudar e trabalhar em Lisboa e no Porto. Hoje, é sócio de uma sociedade de advogados

11. Mude para uma cidade do interior

Depois de 10 anos a viver fora, Bruno Micaelo Pinheiro decidiu regressar à Guarda. O advogado, que estudou em Lisboa e trabalhou no Porto, quis regressar à sua cidade natal “para trazer o know-how que tinha adquirido”. “Sempre almejei trabalhar por conta própria. Sou filho de um empresário e, desde jovem, senti-me atraído pelo risco e a responsabilidade”, afirma, sublinhando que a proximidade à família também teve um peso importante na decisão.

Aos 28 anos fundou, com outro sócio, uma sociedade de advogados. “O mercado reagiu muito bem à nossa chegada, ao nosso espírito jovem e dinâmico”, recorda Bruno Micaelo Pinheiro. “Começámos com uma equipa de três pessoas e hoje somos oito”, acrescenta, contando que cada um dos profissionais está mais vocacionado para uma área e que a ele cabe o direito fiscal.

A opção de investir no interior acabou também por ter impacto financeiro. É mais fácil poupar na Guarda do que em Lisboa ou no Porto, admite. “No que concerne aos custos fixos, é inegável que os preços da habitação são muito mais acessíveis no interior do País. Além disso, quanto a custos com a educação e a oferta pública de serviços, o interior está bem servido e tem preços mais acessíveis quando comparados com cidades de maior densidade populacional”, refere o advogado de 38 anos, reconhecendo, por outro lado, que há menos oportunidades laborais e que “em média o rendimento será sempre inferior”.

“O desafio passa por conseguir ter o melhor de dois mundos, ou seja, viver na Guarda, beneficiando desses custos reduzidos, e trabalhar para clientes em Lisboa, no Porto ou noutros centros empresariais com maior volume de negócios”, diz, contando que exerce a sua profissão um pouco por todo o território nacional.

12. Torne-se Associado Montepio

Mais de 600 mil portugueses são associados Montepio e há uma razão para isso: o Montepio Associação Mutualista disponibiliza soluções que simplificam a vida no presente e concretizam sonhos no futuro. Desde logo com modalidades de poupança e proteção social que lhe trarão mais rendimento disponível e maior segurança nos vários momentos da vida. Mas ser Associado Montepio é também poupar no presente em residências seniores e de estudantes, em experiências, concertos e outros eventos culturais e em mais de 1 500 parceiros de todas as áreas da sociedade.

É, também, poupar na saúde através do Plano Montepio Saúde, gratuito para os associados, ou do Seguro Montepio Saúde, no qual pode beneficiar de até 20% de desconto para o seu agregado familiar.

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