Provas de aferição, provas de final de ciclo e exames nacionais: eis o que muda
A partir do ano letivo 2024-2025, entrará em vigor o novo modelo de avaliação externa (provas e exames nacionais). O objetivo é melhorar a monitorização da qualidade da aprendizagem e, assim, contribuir para as estratégias escolares de melhoria da aprendizagem e para orientação das políticas públicas.
São princípios orientadores do novo modelo:
- Avaliação no fim de todos os ciclos de ensino (4.º, 6.º e 9.º anos e no ensino secundário);
- Comparabilidade dos resultados no ensino básico — provas deixam de ser públicas para serem utilizados itens âncora de ano para ano;
- Avaliação em suporte digital no ensino básico, com mecanismos para garantia de equidade;
- Classificação eletrónica em todos os níveis de ensino;
- Monitorização e reporte atempado (relatórios de alunos e escolas disponibilizados antes do novo ano letivo; relatórios nacionais divulgados em novembro; dados para escrutínio público até ao fim do ano civil).
O que vai mudar nas provas de aferição?
As atuais provas de aferição dos 2.º, 5.º e 8.º anos serão substituídas por provas de monitorização das aprendizagens (ModA) nos 4.º e 6.º anos.
Para permitir a comparabilidade das provas ModA ao longo de vários anos, a avaliação incidirá em literacias fundamentais e não no currículo (que pode sofrer alterações). As provas serão realizadas às disciplinas de Português (Português Língua Não Materna ou Português Língua Segunda), Matemática e Estudo do Meio (Matemática e Ciências Naturais, no 6.º ano) e uma terceira disciplina, que será rotativa a cada três anos. No 4.º ano, as disciplinas rotativas serão Inglês (2025 e 2028), Educação Artística (2026) e Educação Física (2027). No caso do 6.º ano, as disciplinas rotativas serão História e Geografia de Portugal (2025 e 2028), Inglês (2026) e Educação física e Educação Visual (2027).
Os enunciados não vão ser de acesso público, para que, nos anos seguintes, algumas questões âncora possam ser aplicadas aos alunos, permitindo, assim, uma melhor comparação de resultados entre anos letivos.
Tanto as provas como as respetivas classificações serão realizadas em formato eletrónico.
As provas ModA vão contar para a avaliação?
Não. As provas ModA não contarão para a classificação final do aluno. No entanto, a classificação, que passará a ser quantitativa (numa escala de 0 a 100), ficará registada na ficha individual do aluno.
As classificações serão públicas?
Sim. Os resultados das provas ModA serão publicados, de forma anónima, e ordenados por escola e concelho, o que irá permitir construir um ranking dos estabelecimentos de ensino e compará-los entre si, à semelhança do que acontece com as avaliações dos exames nacionais.
Há mudanças nas provas de final de ciclo do 9.º ano?
As provas finais de ciclo do 9.º ano continuarão a ser realizadas a Português (Português Língua Não Materna ou Português Língua Segunda) e a Matemática. A prova de Português será feita em formato digital. Já a de Matemática realizar-se-á em formato híbrido (digital e papel), para contornar dificuldades da escrita matemática em computador. A classificação será eletrónica.
Outra novidade é a coexistência de avaliação numérica (de 1 a 5) e avaliação quantitativa (de 0 a 100).
Também aqui os enunciados deixarão de ser tornados públicos.
O peso da prova para a classificação final do aluno continuará a ser de 30%
E nos exames nacionais do ensino secundário?
Os exames nacionais do ensino secundário continuarão a ser feitos em formato de papel. No entanto, passarão a ser classificados eletronicamente. Desta forma, as folhas de resposta dos alunos serão digitalizadas nos Agrupamentos do Júri Nacional de Exames e carregadas na plataforma digital de classificação, sendo depois distribuídas pelos professores corretores. Aqui, há ainda outra alteração relevante. Cada professor corretor irá classificar alguns itens de um conjunto de exames e não a totalidade dos exames, o que garantirá maior justiça nas avaliações e permitirá avaliar os próprios professores corretores.
A classificação eletrónica avançará no ano 2024-2025 como projeto-piloto, aplicando-se apenas na disciplina de Filosofia. No ano letivo 2025-2026, será então generalizada a todas as disciplinas em que este formato de classificação se adeque (excluindo, por exemplo, Desenho A).
As regras dos exames nacionais para os alunos mantêm-se, evitando perturbar o acesso ao ensino superior.
Alunos | 2024-2025 | 2025-2026 |
---|---|---|
11.º ano | 25% na classificação final da(s) disciplina (s) bienal(ais) | 25% na classificação final da(s) disciplina(s) bienal(ais) |
12.º ano | Exame Português obrigatório - 30% na classificação final + trienal a existir 30% | Exame Português obrigatório - 25% na classificação final+ trienal a existir 25% |
Exames a realizar | Disciplina de Português, da componente de formação geral Duas disciplinas bienais da componente de formação específica ou uma dessas disciplinas bienais e a disciplina trienal da mesma componente | Disciplina de Português, da componente de formação geral Duas disciplinas bienais da componente de formação específica ou uma dessas disciplinas bienais e a disciplina trienal da mesma componente |
Que medidas serão implementadas para a preparação para as provas digitais?
Serão implementadas várias medidas, entre as quais:
- Garantia de que alunos passam, durante o ano letivo, um número mínimo de horas a realizar tarefas na plataforma do IAVE;
- Realização de provas-ensaio a meio do ano letivo, nas disciplinas com provas digitais ou híbridas, para familiarização atempada com formato digital;
- Possibilidade de as provas-ensaio contarem para a classificação interna, em regime voluntário, no âmbito da autonomia das escolas.
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