Guia para comprar casa

Comprar casa própria é um sonho de muitas famílias. No entanto, requer alguns cuidados. Saiba o que deve ter em conta para fazer uma escolha acertada.
Artigo atualizado a 06-03-2017

Se está a pensar comprar casa deve preparar-se bem antes de concretizar o negócio. Encontrar a casa certa, negociar o valor de aquisição, escolher o melhor crédito e tratar de modo eficiente da burocracia. Eis as etapas que fazem parte de um caminho que, se tudo correr bem, poderá acabar num banquete a celebrar a morada para o futuro. Conheça dicas e conselhos para comprar casa com segurança.

Preparado para escolher a casa onde vai morar?

Antes de fazer um investimento destas dimensões é aconselhável conhecer os objetivos da aquisição e o montante disponível para aplicar. Só depois destes pressupostos poderá começar a procurar a casa ideal.

Antes de mais é necessário escolher o seu tipo de casa. Procure perceber se o imóvel está próximo de locais que o valorizem, como escolas ou transportes. Não se esqueça que o mantra dos profissionais é “localização, localização, localização”.

Depois, e a partir do montante que pretende investir, é fundamental fazer uma análise de mercado e estar atento às melhores oportunidades. Se pretender contratar ajuda especializada, as agências imobiliárias podem ajudá-lo a chegar ao melhor negócio. O consultor imobiliário conhece bem o mercado e poderá aconselhar e sugerir as melhores opções no menor tempo. Questões como saber se o imóvel tem licença de habitação ou se existe alguma penhora sobre a casa são outros aspetos nos quais uma agência imobiliária pode ajudar.

Poupe tempo e dinheiro

O momento mais entusiasmante é a escolha da casa. Mesmo assim deve controlar as emoções. Lembre-se que é um processo repleto de etapas. Pedido de financiamento, contrato de promessa compra e venda, escritura do imóvel e impostos. Estes são aspetos que lhe vão custar tempo e dinheiro. Por isso, deixe de lado uma verba para as despesas iniciais, que podem ser avultadas sobretudo se a aquisição for realizada através de financiamento bancário.

Além do valor do imóvel, comprar casa implica pagar IMT, escritura, Imposto do Selo e seguros de vida e multirrisco (sempre que existe financiamento). Se comprar um apartamento de 125 000 euros, tem de gastar cerca de 4 000 euros em papelada, adverte a Deco.

Caso recorra ao crédito à habitação, além das despesas iniciais de abertura do dossier, da comissão de avaliação e da comissão de contratação do imóvel terá ainda de contar com despesas referentes ao pagamento de emolumentos notariais e impostos. Mas isto são os custos fixos antes de ser, oficialmente, “dono e senhor” do seu “castelo”.

A prestação mais em conta

Se está a contar com financiamento bancário para comprar casa é fundamental negociar o melhor contrato de crédito à habitação. Procure adequar o empréstimo às suas necessidades através do número de anos que melhor se ajustam ao seu caso. E, para evitar dissabores no futuro, não esteja a contar com juros baixos para sempre. Inevitavelmente vão subir, tal como a prestação. Deve acautelar uma eventual subida de 1% ou mesmo 2% da Euribor, de forma a compreender se um aumento da taxa permite pagar a prestação do crédito à habitação. Todos estes passos podem ser agilizados se incluir na sua equação para comprar casa um destes três facilitadores de crédito:

  • Uma boa entrada (um montante inicial acima de 40% do valor da casa abre as portas à concessão)
  • Bons rendimentos (uma taxa de esforço muito reduzida ajuda)
  • Bons fiadores

Impostos para comprar casa

A compra de um imóvel acarreta sempre custos adicionais ao financiamento. Sobretudo impostos. Ainda antes de assinar a escritura de compra da casa é necessário pagar o IMT, o imposto municipal sobre as transmissões onerosas de bens imóveis. Trata-se de um imposto que é pago de uma só vez e que é calculado de acordo com o montante envolvido na aquisição. Incide sobre o mais elevado de dois valores: o de venda (o que é escriturado) ou o patrimonial, atribuído pelo fisco.

Além do IMT, a transmissão de imóveis está sujeita ao Imposto do Selo à taxa de 0,8% sobre o valor constante na matriz.

Os imóveis serão ainda sujeitos ao pagamento anual do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Esta taxa é determinada pela autarquia e pode oscilar entre um mínimo de 0,3% e um máximo de 0,45%. Porém, o comprador pode ficar isento do pagamento do IMI, nos primeiros três anos após a formalização do negócio, nos casos em que o valor patrimonial do imóvel seja inferior a 125 mil euros e o rendimento coletável da família não supere 153 300 euros.

Três ideias a reter

1 – Nem tudo é spread

Um spread baixo é sinónimo de uma poupança muito relevante ao longo do prazo do empréstimo. No entanto, muitas vezes um spread baixo é compensado por seguros (vida e multirriscos) um pouco mais dispendiosos. A TAE (taxa anual efetiva) permite verificar todos os encargos do empréstimo, à exceção dos prémios dos seguros.

2 – Margem de segurança na Euribor

A Euribor é a taxa de juro de referência para as prestações mensais a pagar decorrentes do empréstimo. As simulações de crédito contemplam sempre variações de 1% e 2% na Euribor para perceber se está confortável com subidas potenciais no futuro

3 – A carência ajuda

Uma das possibilidades oferecidas no crédito é a carência de capital e/ou juros durante um determinado período de tempo. Caso apenas haja carência de capital, o valor das prestações será composto apenas pelos juros. Esta possibilidade visa aliviar o encargo com a compra de casa num período de tempo. Contudo, é preciso lembrar que o valor das prestações futuras incorporará o saldo em dívida.

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