Conhece a Operação Nariz Vermelho? Saiba como ajudar

“Conseguir entrar num espaço pesado, triste, tenso, sem humor e, em poucos minutos, transformar totalmente o ambiente numa descarga de leveza, sonho, riso e ligações profundas”. É o que “mais enche a alma” a Pedro Fabião, ou Dr. Camone, como é conhecido pelas crianças que visita diariamente como Doutor Palhaço. Para isso, é necessário “encontrar a pequena abertura, uma janela minúscula, que só existe inicialmente na sensibilidade e imaginação do palhaço”. E é a partir dessa janela que é possível entrar em relação com as pessoas presentes, “uma mãe, uma criança, uma profissional do hospital”.

Foi no início de 2004 que o Dr. Camone começou a fazer sorrir crianças nos hospitais. Antes, já tinha tido “muita formação como ator e alguma como palhaço”. E também já tinha trabalhado como palhaço com crianças doentes ou portadoras de deficiências. “Estas tinham sido experiências que me marcaram muito”, mas não imaginava ser possível fazê-lo como profissão.

E quais são os ingredientes para ser um Dr. Palhaço? “Há por aí pessoas que só estão bem a fazer os outros rir, ou a pôr-se em situações tragicómicas para o prazer das outras pessoas. Se, no mesmo indivíduo, também houver uma grande vontade de contribuir para que as crianças possam sentir o mundo como um lugar melhor, começamos a ter os ingredientes certos para cozinhar um Doutor Palhaço”. Mas a lista de ingredientes não fica por aqui. É necessário haver “paixão pela arte, principalmente pela velha tradição da arte do palhaço”.

Quer ajudar a Operação Nariz Vermelho? Pode ser voluntário

Se gostaria de ajudar a Operação Nariz Vermelho, pode dar o seu contributo pessoal para alegrar as crianças hospitalizadas. Mas atenção, ser Doutor Palhaço só está ao alcance de artistas profissionais. Além de formação artística específica, estes profissionais têm formação contínua de procedimentos e rotinas relacionadas com o hospital.

Contudo, para que os Doutores Palhaços possam fazer o seu trabalho junto das crianças, “é necessário todo um trabalho de bastidor que assegure a sua missão”.  Quem o diz é Magda Ferro, coordenadora de Comunicação e Eventos da Operação Nariz Vermelho.

A associação precisa de ajuda, sobretudo, ao nível administrativo, logístico e em campanhas ou eventos de angariação de fundos. “O voluntariado tem sido essencial para dar resposta a estas necessidades. Para se ser voluntário na Operação Nariz Vermelho, só é preciso ter o coração no sítio certo! E inscrever-se na nossa base de dados”, convida a responsável.

Outra forma de ajudar a Operação Nariz Vermelho a levar sorrisos às crianças hospitalizadas é fazer um donativo ou tornar-se sócio. Pode consultar mais informações no site da associação.

Doutores Palhaços em expansão

Em 2016, a Operação Nariz Vermelho expandiu a sua missão para mais um hospital, o 14º, no Porto (Centro Materno Infantil do Norte). Mas Magda Ferro sublinha que, mais do que alargar a rede, é essencial “garantir que o programa é sustentável nos hospitais” que já são visitados. “O mais importante para a Operação Nariz Vermelho é não defraudar as expectativas das crianças que, todas as  semanas, aguardam pelo dia em que os Doutores Palhaços as irão visitar”.

Para quem reúne os requisitos para poder ser um Doutor Palhaço, o Dr. Camone deixa algumas advertências. “A vida de artista não é necessariamente para todos. Existe, sem dúvida, um lado muito belo e quixotesco, sempre à procura de algo apaixonante e transformador. E as pessoas normalmente veem ou imaginam o resultado final da arte do Doutor Palhaço. Mas o caminho até chegar lá envolve muito trabalho árduo”.

Em 2017, a Operação Nariz Vermelho celebra “15 anos a receitar alegria”. “Estamos a preparar, com o apoio de parceiros e amigos, uma grande comemoração recheada de surpresas que estão ainda no segredo dos deuses”, confidencia Magda Ferro.