Investimento para iniciados: tire as suas dúvidas neste guia
Perfil de risco, investimento, diversificação, volatilidade e mais ou menos-valias. Estas são as melhores palavras para entender a Bolsa de Valores. Mas, para entrar nesse mundo de sobe e desce constante, é necessário perceber o seu modo de funcionamento. Consulte este guia de investimento para iniciados.
Guia de investimento para iniciados
O início do caminho
Conhecer alguns conceitos e o modo como o mercado funciona é o primeiro passo desta caminhada pelas suas finanças pessoais. Dominar a literatura é outro passo a dar no início. Ações, obrigações, fundos de investimento, volatilidade, dividendos e commodities. Estes são conceitos importantes na hora de tomar decisões no mercado de valores mobiliários. As ações são os produtos financeiros mais negociados nas praças financeiras em todo o mundo. Mas elas não são apenas papéis. Representam também a propriedade da empresa. Exemplificando, ao deter ações de uma empresa está literalmente a ser proprietário de uma parte das suas mesas, cadeiras, computadores…
Comprar uma ação
Para comprar ações terá que ter um intermediário financeiro (por exemplo, o seu Banco) que lhe permitirá aceder à Bolsa de Valores. Através de uma plataforma online, pelo telefone ou ao balcão, é possível dar ordens de compra e de venda dos títulos que deseja comprar.
Quando compra ou vende ações tem que ter em conta que existem custos associados. São os casos da comissão de transação (por cada transação) e da comissão de custódia de títulos (por um período de tempo que pode corresponder a um trimestre, semestre ou ano).
Se comprar ações fora da Zona Euro, tenha em consideração que os câmbios influenciam, e muito, a rendibilidade do título que detém. Isto porque, no momento da compra, a taxa de câmbio pode ser diferente da verificada no momento de venda dos títulos. Mercados como o norte-americano ou inglês possuem risco cambial para os investidores que têm o euro como moeda base, devido às variações do euro contra o dólar ou a libra, respetivamente.
Conhecendo estas etapas iniciais mantenha-se informado por si e pelo seu dinheiro. Acompanhe, o mais que conseguir, os títulos que tem na sua carteira de investimento. Tempo é outro dos ativos que as ações exigem.
O prazo do investimento
Diz a teoria financeira que, no longo prazo, os investimentos com maior volatilidade (mais arriscados) apresentam rendibilidades assinaláveis nas carteiras dos investidores. A comprovar isso mesmo, estão os dados dos principais índices bolsistas mundiais. Por exemplo, nos últimos 50 anos, o índice mais antigo do mundo, o Dow Jones Industrial Average, valorizou aproximadamente 2840%. Isto significa que, em termos práticos, quem tivesse investido 100 euros em 1968, hoje teria mais de 2 842 euros.
O perfil dita as regras
Ganhar ou perder dinheiro num mercado como uma Bolsa de Valores acontece devido à montanha russa das cotações bolsistas. Mas para conseguir entrar nesse mercado é preciso que o seu coração resista ao sobe e desce diário do preço dos títulos. No limite, todo o seu capital investido fica exposto. Ao contrário do que sucede em produtos que garantem, pelo menos, o capital, como depósitos a prazo ou contas poupança. O perfil de risco é, assim, das ferramentas mais importantes no momento de escolher quais os produtos financeiros mais aconselhados para si. Existem, normalmente, três tipos de perfil de risco aceites como diferenciadores dos vários tipos de investidores: conservador, moderado e arrojado.
Conservador
Um investidor conservador é aquele que tem aversão ao risco. Apesar de querer ganhar dinheiro, a sua maior preocupação é não perder dinheiro nos investimentos. Os depósitos a prazo e as soluções mutualistas são os seus produtos de eleição, assim como os títulos de dívida pública que garantam o capital, como os certificados de Aforro ou do Tesouro.
Moderado
Um investidor moderado não está disposto a correr riscos demasiado elevados, mas procura um retorno superior nos seus investimentos. Os produtos associados a este perfil de investidor são os que apresentam um risco médio. São os casos dos produtos constituídos por obrigações soberanas ou de empresas, de forma direta ou via fundos de investimento.
Arrojado
Prefere investimentos em ações e no mercado cambial e enfrenta os mercados com a calma necessária para responder a volatilidades elevadas? Então, provavelmente, o seu perfil de risco define-o como arrojado. Os investimentos com nível de risco superior estão, historicamente, ligados a retornos superiores. E é esta relação que os investidores arrojados aceitam na hora de aplicar o seu dinheiro.
Os pilares do bom investimento
Para que o seu investimento corra da melhor forma, existem alguns pilares que o ajudam a criar as bases para as suas finanças. Para Miguel Gomes da Silva, diretor da sala de mercados do Montepio, existem três pilares fundamentais para o bom investimento: “A diversificação, a liquidez e a informação”.
Diversificação
A diversificação não é mais do que seguir a máxima financeira que ensina a não colocar todos os ovos no mesmo cesto. “Investir em diversas zonas geográficas, em diversos setores de atividade e em diversas classes de ativos”, são conselhos que Miguel Gomes da Silva aponta para uma boa diversificação.
Liquidez
A liquidez é a facilidade de comprar e vender ativos, ou seja, a rapidez de transformar os títulos financeiros em dinheiro. No fundo, “encontrar ativos facilmente vendáveis para, quando nos quisermos desfazer deles, ter alguém do outro lado que compre”, esclarece.
Informação
É fundamental estarmos informados. Conhecer dados económicos, ler os relatórios e contas das empresas, estar em cima do acontecimento são algumas dicas que o ajudam a manter-se informado sobre a empresa.
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