Mão à Obra no Dia do Voluntariado do Grupo Montepio
A 6ª edição do Dia do Voluntariado do Grupo Montepio esteve no terreno através de ações de voluntariado corporativo de norte a sul do país. No Bairro da Serafina/Liberdade, ao início da manhã, a meia centena de voluntários estava identificada pelas camisolas cor de laranja com a frase “Voluntariado Corporativo – Solidariamente Consigo”.
Neste grupo existe um voluntário que acredita na força do exemplo. Trata-se do presidente da Associação Mutualista Montepio, António Tomás Correia, que realça a importância da iniciativa: “O significado é enorme, porque demonstra como uma instituição como o Montepio promove o voluntariado da empresa de uma forma muito intensa. Participam mais de 600 pessoas nesta ação, voluntários que estão presentes com alegria e espírito de equipa para dar o seu melhor em prol dos que mais necessitam, a favor das instituições num quadro de boa disposição e de trabalho a favor da comunidade.”
Neste Dia do Voluntariado Montepio, o presidente Tomás Correia subiu com os outros voluntários as escadas inclinadas até à 37ª esquadra da Serafina, para ajudar a reabilitar o edifício. “Promovo o desenvolvimento do voluntariado como é meu dever e eu próprio também sou voluntário. O voluntariado faz-nos contactar com outras realidades e perceber que afinal os problemas que temos no dia a dia são quase nada comparados com os obstáculos que muitas mulheres e homens do nosso país sofrem. Ajuda-nos a sermos melhores pessoas, mais abertos ao mundo e a procurar soluções para os problemas da vida social”, afirmou.
Voluntariado Montepio sobre rodas
Para além da esquadra, os esforços dos voluntários dividiram-se por diversas iniciativas no Bairro da Serafina/Liberdade: pintar as paredes de várias associações comunitárias ou construir carrinhos de rolamentos em conjunto com jovens do Agrupamento de Escolas Marquesa de Alorna. A ideia nasceu da proposta de um dos grupos que participou no Prémio Voluntariado Jovem Montepio, que decorreu entre 19 e 20 de janeiro neste bairro. “Durante aquele concurso, os jovens de várias instituições traçaram projetos para implementar no Bairro da Liberdade/Serafina. Hoje é um dia importante porque vamos concretizar algumas ideias. Pretendemos criar um laço entre as várias iniciativas, para que tenham continuidade e para que o voluntariado não seja apenas um dia por ano. Estamos a ser inovadores o que tem a ver com o nosso ADN”, afirmou Paula Guimarães, diretora do Gabinete de Responsabilidade Social da Associação Mutualista Montepio, responsável pelo Dia do Voluntariado Montepio.
No pátio da sede do Agrupamento 53 dos Escuteiros corta-se e serra-se a madeira, martela-se e usa-se a imaginação para construir os carrinhos de rolamentos que servem para trazer à memória dos moradores mais antigos do bairro os momentos de meninice e ensinar aos mais novos como eram os brinquedos de outrora.
Os jovens estão tão interessados na construção que ninguém diria que fazem parte de uma turma que apresenta alguns problemas de indisciplina. A presença destes alunos do 7º ano já é habitual no Bairro da Liberdade/Serafina, na medida em que estão integrados na projeto “Alfazema”, que tem como objetivo dinamizar as hortas comunitárias. “A ideia é que os alunos tenham contacto com as hortas urbanas e a experiência está a correr muito bem. Portam-se muito melhor do que na sala de aula e mostram um sentido de responsabilidade elevado”, explica Lénia Biscaia, professora de Matemática.
O morador do Bairro da Liberdade que estabelece a ligação entre alunos, professores e a comunidade, Carlos Alves, considera que a ação do Montepio “é reconfortante”, na medida em que com a ajuda de todos “é possível construir um bairro melhor”, com uma imagem que se afasta de um local perigoso onde, no passado, os taxistas se recusavam a entrar. “É também importante perceber que tem existido um acompanhamento constante, não se resume apenas a um dia, tem sido realizado um trabalho essencial de aproximação à comunidade”, explica Carlos Alves.
Descendo do Serafina para Alcântara, o Dia do Voluntariado Montepio iniciou-se ao som dos bombos da escola Manuel Sérgio e de um cordão humano de crianças do Centro Cultural e Recreativo das Crianças do Cruzeiro Rio-Seco e de voluntários que rodeou Carlos Beato, administrador da Associação Mutualista Montepio, presente na iniciativa.
Mais de 160 pessoas, dos quais 58 voluntários do Grupo Montepio, reuniram-se no local. A ação englobou a recuperação do espaço de recreio da creche e hall de acesso do centro de convívio da terceira idade daquele centro cultural, montar estantes, selecionar roupas doadas à loja social na AMA – Associação Mundo das Artes e recuperar móveis no Teatro Umano.
“Como instituição de Solidariedade Social, damos uma grande importância a quem se dá aos outros. Foi uma semana de preparação com as nossas crianças e idosos e esta iniciativa fez furor na comunidade. A terceira idade fez questão de estar presente para agradecer, e no almoço-convívio os idosos foram integrados com os voluntários”, explicou Cristina Coelho, presidente do Centro Cultural e Recreativo das Crianças do Cruzeiro Rio-Seco. Para recordar os velhos tempos, o almoço teve a dinâmica das cantinas escolares, com filas em comboio e muito convívio entre os participantes.
“Espírito de voluntariado enorme” inspira comunidade
Na Serafina, no final do dia, a esquadra ganhou um novo rosto, com as paredes pintadas de branco. O voluntário João Catarino, que já é habitual nestas iniciativas, espera voltar para o ano. “É a quarta vez que participo numa ação de voluntariado neste bairro, com muita dedicação e vontade de mudar algo. Gosto imenso do Bairro da Serafina, que é pouco acarinhado pela cidade de Lisboa, considerado marginal, mas neste momento está a renascer”, afirma.
O interior da esquadra da Serafina é agora um lugar melhor. O subcomissário Bruno Amorim agradece a colaboração e partilha a sua experiência no bairro. “Esta é uma aldeia dentro da cidade, onde existe um espírito comunitário e tentamos estabelecer uma relação de proximidade com as populações locais. O grande desafio é conseguir mudar a imagem, muitas vezes negativa, que existe da polícia. Queremos que olhem para nós como alguém que pode ajudar”, explica. O subcomissário confessa também ter ficado surpreendido com a atitude positiva da Associação Mutualista Montepio, que demonstra “um espírito de voluntariado enorme, muito participativo e ativo”, servindo toda esta motivação de “inspiração para a comunidade”.
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