Onde investir a poupança das crianças?

O atual contexto de taxas de juro baixas pode levar os pais a considerarem alternativas na hora de investir a poupança das crianças. Conheça algumas soluções.
Artigo atualizado a 15-02-2022

Se procura opções interessantes de investimento para a poupança das crianças saiba que, provavelmente, terá de investir como gente grande. No atual contexto de baixas taxas de juro, as tradicionais aplicações a prazo – onde se incluem algumas contas poupanças jovem – não são aplicações rentáveis, pelo que importa procurar alternativas no mercado.

A aplicação da poupança das crianças é, regra geral, um investimento a longo-prazo. O que significa que existe um conjunto de variáveis que devem merecer análise na altura de optar pelas melhores soluções do mercado. Desde logo, deve observar se:

  • O produto permite entregas periódicas;
  • Dispõe de capitalização de juros;
  • Oferece taxas de juro acima da inflação.

Depois de vários anos com a taxa de inflação em níveis particularmente baixos, a variação homóloga do índice de Preços no Consumidor retomou, nos últimos meses, uma tendência de subida. Foi fixada, em janeiro de 2021, em 3,3%, e é ainda uma incógnita se a atual tendência veio para ficar. Se assim for, o investimento em produtos de maior risco pode ser uma alternativa viável uma vez que, em aplicações de longo-prazo, o risco tende a diluir-se ao longo do tempo.

Poupança das crianças: 6 opções a ter em conta

Para um perfil mais conservador ou para quem está disposto a assumir um maior nível de risco, deixamos-lhe 6 opções de investimento para aplicar as poupanças das crianças:

1. Certificados de aforro
Estes instrumentos de dívida pública de longo-prazo (10 anos) foram criados com o objetivo de captar a poupança das famílias. A taxa de juro é calculada trimestralmente e resulta da média da taxa Euribor a três meses acrescida de um ponto percentual. Esta taxa tem um teto máximo de 3,5% e não pode ser inferior a 0%.

À taxa base acrescem ainda prémios de permanência, de 0,5 pontos percentuais, a partir do segundo ano e de 1 ponto percentual, a partir do sexto ano. Permitem a capitalização automática de juros, bem como o resgate antecipado, total ou parcial, após o primeiro vencimento trimestral de juros. O valor mínimo de subscrição é de 100 euros e têm garantia da totalidade do capital investido. Atualmente, estão disponíveis para subscrição os certificados da série E, cuja taxa de juro, em janeiro, foi fixada em 0,411%.

2. Certificados do Tesouro Poupança Valor
São, igualmente, instrumentos de gestão da dívida pública. Ao contrário dos Certificados de Aforro, oferecem taxas de remuneração fixas durante os sete anos do investimento.

AnoTaxa
1º ano0,7%
2º ano0,7%
3º ano0,8%
4º ano0,9%
5º ano1%
6º ano1,3%
7º ano1,6%

A partir do terceiro ano, a taxa de juro pode ser acrescida de um prémio em função do crescimento médio real do Produto Interno Bruto (PIB) que, no entanto, não pode ser superior a 1,5%. Este produto não permite a capitalização automática de juros, sendo os mesmos vencidos e creditados a cada ano. Decorridos os primeiros 12 meses da aplicação, é igualmente possível recorrer ao resgate antecipado, total ou parcial, com perda total dos juros decorridos desde o último vencimento. Oferece garantia total do capital investido e tem um mínimo de subscrição de 1 000 euros.

Montepio Poupança Complementar Jovem: mais que uma poupança
Sem prazo e comissões associadas, mas com flexibilidade de reembolso, capitalização de juros e possibilidade de entregas periódicas, a modalidade mutualista Poupança Complementar Jovem cresce com a poupança das crianças e pode ser subscrita até aos 17 anos. Além do rendimento mínimo tradicional, à valorização anual desta modalidade acresce o eventual rendimento complementar aprovado na Assembleia Geral de Associados.

A subscrição desta modalidade vai além da tradicional remuneração, sendo a porta de entrada da criança na Associação Mutualista Montepio, o que lhe permite aceder, de modo imediato, a descontos em mais de 1 300 parceiros e ao Plano Montepio Saúde, gratuito e sem período de carência. Deste modo, os pais podem poupar diretamente em áreas como a formação, saúde, cultura, lazer ou desporto da criança.
Finalmente, os associados Montepio dos 0 aos 10 anos (inclusive) têm acesso direto ao Clube Pelicas, um mundo de iniciativas exclusivas e descontos em parceiros como o Zoo de Lisboa (entrada gratuita), Museu do Brincar (50% de desconto), Sea Life Porto (30% de desconto), Zoomarine ou Portugal dos Pequenitos (15% de desconto).

 

3. Seguros de capitalização
Um produto que tem ganho popularidade entre as opções de investimento das famílias portuguesas, não só por oferecer, regra geral, taxas de juro superiores às dos tradicionais depósitos a prazo mas, principalmente, por proporcionar interessantes benefícios fiscais. Os seguros de capitalização são aplicações financeiras constituídas sob a forma de seguro mas que, ao contrário dos seguros tradicionais, não protegem de qualquer sinistro.

Existem múltiplas opções no mercado e nem todas garantem capital ou um rendimento mínimo. Se prefere adotar um perfil conservador na altura de investir a poupança das crianças, deverá procurar seguros financeiros com garantia de capital e com uma taxa mínima garantida ou participação nos resultados. Outro fator importante a ter em conta é o das comissões que, neste caso, podem ser significativas, nomeadamente comissões de gestão ou de reembolso antecipado. Em contrapartida, este produto oferece vantagens ao nível dos benefícios fiscais, em sede de IRS, quando considerado numa ótica de investimento a longo-prazo:

  • Resgate até ao 5º ano: taxa de tributação de 28%;
  • Resgate entre o 5º ano e um dia e os 8 anos: taxa de tributação de 22,4%;
  • Resgate após 8 anos e um dia: taxa de tributação de 11,2%.

Tal como o próprio nome indica, estes seguros capitalizam juros até à data do resgate, além de permitirem, regra geral, entregas periódicas.

4. Planos Poupança Reforma
Criados com o objetivo de garantirem um pé de meia para a reforma, os PPR podem, no entanto, ser uma alternativa viável de investimento para as poupanças das crianças. Em condições regulares, os PPR só podem ser levantados em condições específicas – como, por exemplo, a partir dos 60 anos de idade ou desemprego de longa duração – sob pena de ter de devolver os benefícios fiscais, majorados em 10% por cada ano decorrido.

No entanto, um PPR constituído em nome de um dependente menor – que não declare, portanto, IRS – não usufrui dos benefícios fiscais à entrada pelo que poderá ser resgatado em qualquer momento sem penalizações. Em contrapartida, esta poupança das crianças continua a beneficiar de taxas de tributação sobre as mais valias reduzidas, desde que mantido pelos prazos respetivamente estipulados por lei:

  • Menos de 5 anos: taxa de tributação de 21,5%;
  • Entre 5 e 8 anos: taxa de tributação de 17,2%;
  • Mais de 8 anos: taxa de tributação de 8%.

Os PPR podem ser comercializados sob duas modalidades: seguros PPR e fundos PPR. Enquanto os primeiros garantem, normalmente, o capital e uma rendibilidade mínima, os segundos funcionam como um fundo de investimento, com risco de perda de capital mas, igualmente, com um potencial de retorno superior.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões disponibiliza-lhe a rendibilidade alcançada pelos seguros PPR nos últimos anos aqui. Já no site da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios, pode consultar a rendibilidade anualizada dos PPR ligados a fundos de investimento.

Tome nota
A modalidade mutualista Montepio Poupança Reforma pode ser subscrita por associados Montepio de qualquer idade e tem um regime fiscal equiparável ao dos PPR. A modalidade apresenta um histórico de valorização acima da taxa de inflação e possui várias características comuns às modalidades mutualistas: ausência de comissões de gestão, possibilidade de entregas periódicas e programadas, flexibilidade no reembolso.

5. Fundos de investimento
São produtos expostos ao risco dos mercados onde estão investidos e o risco de perda de parte do capital é considerável. A longo-prazo, este risco tende, no entanto, a ser diluído uma vez que, regra geral, terá tempo para recuperar de eventuais perdas. Os fundos de investimento têm duas vantagens face ao investimento direto no mercado: oferecem uma gestão profissional e diversificação de ativos. Em contrapartida, podem cobrar comissões de subscrição, gestão ou de resgate.

Os fundos de investimento estão, no entanto, longe de ser uma classe homogénea. Entre os fundos que investem em ativos mobiliários, podemos encontrar cinco principais categorias de fundos:

  • Fundos de tesouraria: São os que encerram menor risco, uma vez que apenas podem investir em ativos com elevada liquidez, nomeadamente depósitos e títulos de dívida de curto-prazo.
  • Fundos de obrigações: Têm um risco superior aos fundos de tesouraria mas, igualmente, um potencial de retorno superior. Podem investir em dívida pública ou dívida de empresas, o que lhes confere diferentes níveis de risco. Além do risco de mercado, estão ainda expostos ao risco de crédito das entidades emissoras.
  • Fundos de ações: É, por norma, a categoria de fundos mais arriscada devido à elevada volatilidade dos mercados acionistas. No entanto, quanto maior o risco, maior o potencial de retorno.
  • Fundos mistos: Combinam o investimento em ações e obrigações, variando o risco e o rendimento associados, em função da maior ou menor afetação do património do fundo a cada um destes ativos.
  • Fundos de fundos: São aqueles que investem exclusivamente noutros fundos de investimento.
    Além das categorias de fundos discriminadas por classes de ativos, muitos fundos oferecem ainda a possibilidade de optar por políticas de investimento afetas a determinado tema. Por exemplo, pode optar por investir em fundos que apostam apenas em determinadas geografias, em setores de atividade específicos ou mesmo em tendências de longo prazo como, por exemplo, as alterações climáticas.

A Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) disponibiliza-lhe a rendibilidade anualizada dos fundos de investimento nacionais e internacionais, comercializados em Portugal.

6. Montepio Poupança+ Net
Trata-se de uma modalidade mutualista a seis anos que remunera a poupança das crianças com uma TANB (Taxa Anual Nominal Bruta, ou seja, a taxa que determina o rendimento anual que o consumidor retira das suas aplicações financeiras), no 1º ano, de 0,40%. Nos anos seguintes, e ao spread anual crescente de 0,40% até 0,75% (no 6.º ano), esta modalidade mutualista acrescenta a Taxa Euribor a 12 meses (E12M).

AnoTaxa
1º ano0,40%
2º ano0,40% + E12M
3º ano0,42% + E12M
4º ano0,50% + E12M
5º ano0,65% + E12M
6º ano0,75% + E12M

Além da valorização garantida e crescente, a modalidade mutualista Poupança+ Net encontra-se isenta de comissões e salvaguarda a flexibilidade no momento de reembolso. É exclusiva para associados Montepio. Se ainda não é Associado, saiba como pode fazer parte da maior Associação de Portugal e usufruir de vantagens e descontos, ajustados a cada fase de vida, da saúde ao bem-estar jovem e sénior, passando pela cultura e lazer, formação, consumo, turismo e proteção social.

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