Pague-se a si primeiro: o método simples para quem não consegue poupar

Já chegou ao fim do mês e, depois de pagar todas as contas, descobriu que não tinha margem para a poupança? O método “pague-se a si primeiro” inverte esta abordagem. Se não segue nenhuma estratégia financeira, experimente esta.
Artigo atualizado a 27-02-2023

Quanto dinheiro tem poupado? Será capaz de lidar com uma emergência? Se a resposta a estas perguntas não é muito animadora, experimente seguir esta estratégia simples: pague-se a si primeiro.

O que é o método “pague-se a si primeiro”?

“Pague-se a si primeiro” é uma estratégia de orçamento que inverte a lógica tradicional: em vez de dar prioridade às despesas – e esperar que no final do mês sobre algum dinheiro para o aforro -, foca-se nos objetivos de poupança e só depois nos gastos mensais.

Ou seja, quando recebe o ordenado, deve colocar imediatamente uma parte desse dinheiro numa poupança. Desta forma, está a pagar a si próprio uma parte do salário para as suas necessidades de futuro. Ao colocar-se em primeiro lugar, está a dar prioridade ao seu bem-estar financeiro a longo prazo, em vez de se concentrar apenas nas necessidades imediatas.

Porque é importante poupar primeiro?

De forma simples, as despesas mensais dividem-se em duas categorias: essenciais – como a casa, comida, eletricidade, gás, água e telecomunicações – e não essenciais – como o entretenimento, roupa, decoração, ginásio ou viagens.

Se apenas conseguir poupar o que sobra no fim do mês, está a colocar a poupança como uma despesa da segunda categoria, ou seja, não essencial, arriscando-se a chegar ao fim do mês e já não ter dinheiro para colocar numa poupança.

Como saber quanto posso poupar?

O primeiro passo para saber quanto pode poupar é organizar o orçamento familiar e analisar as suas despesas, para perceber se tem margem para cortar nos gastos.

Se não sabe por onde começar e tem dificuldades em seguir todas as suas despesas, experimente a regra 50/30/20, um método simples para gerir o orçamento familiar. Segundo esta estratégia, deve reservar 50% dos rendimentos líquidos para as necessidades, como as despesas da casa e alimentação, 30% para os desejos pessoais, ou seja, todas as despesas não essenciais, mas que tornam a vida mais agradável, e, pelo menos, 20% para a poupança e investimento.

Se chegar à conclusão que não consegue poupar 20% dos seus rendimentos, estabeleça uma percentagem com a qual se sinta confortável.

Da teoria à prática: como começar?

Pagar-se a si mesmo pode não ser fácil se sente que tem dificuldades em chegar ao fim do mês com dinheiro. No entanto, há algumas táticas que podem ajudar a cumprir este objetivo.

  • Pague as dívidas primeiro 

Se tem dívidas com juros altos, como créditos pessoais ou de cartão de crédito, foque-se em pagá-las primeiro. Caso contrário, os pagamentos de juros continuarão a prejudicar sua capacidade de poupar. Designe uma quantia de cada ordenado para pagar a dívida e faça-o assim que receber o salário. Depois de ter eliminado a dívida, canalize esse montante para a poupança.

  • Automatize a poupança

Não deixe o dinheiro que quer poupar na conta à ordem, pois corre o risco de ceder à tentação de o gastar. Em vez disso, estabeleça uma ordem de poupança mensal para um produto de poupança, que permita reforços.

  • Comece com quantias pequenas

Se nunca conseguiu aforrar até agora e acha que não é possível tendo em conta os seus rendimentos e despesas, comece a poupar aos poucos e aumente o montante gradualmente. Subscreva uma conta poupança ou uma modalidade mutualista que permita reforços mensais e dê uma ordem de transferência de 10 euros assim que o ordenado for transferido para a sua conta bancária. Apesar de ser um valor reduzido, é importante para perceber que consegue. Pouco a pouco, consoante organiza as suas finanças, aumente o montante da transferência automática.

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