10 regras de investimento para as suas poupanças
1. Defina o seu perfil de investidor
Existem vários tipos de produtos financeiros, mas nem todos se adequam a todos os investidores. Por este motivo, antes de começar a investir deve aferir qual o seu perfil de investidor. Embora não haja um conceito universal, tipicamente existem três tipos de investidores: conservadores, moderados e arrojados. Esta classificação irá condicionar as suas escolhas enquanto investidor.
De uma forma sucinta, pode dizer-se que o perfil conservador privilegia a segurança e prefere ter o dinheiro aplicado em produtos com garantia de capital, ainda que a rentabilidade seja reduzida. O perfil moderado gosta de ter a segurança, mas não se importa de correr algum risco para obter mais rentabilidade. Por fim, o perfil arrojado é adequado a investidores que procurem retorno acima da média de mercado, estando, para isso, dispostos a assumir o risco de perda total do capital investido.
2. Saiba qual o risco dos produtos
Quando um investidor aplica as suas poupanças num instrumento financeiro, fá-lo na esperança de obter uma remuneração em sintonia com o produto escolhido. Para tal, está a abdicar do dinheiro no presente, para que, no futuro, os recursos financeiros aumentem. Neste sentido, um dos maiores riscos associados aos investimentos é o de não reaver, total ou parcialmente, o dinheiro aplicado. Existem outros riscos associados aos investimentos, como o risco de crédito, mercado, de remuneração, de liquidez, cambial ou de inflação. O mais importante é conhecer bem o produto financeiro em que está a investir.
3. Faça um plano de investimento
Antes de tomar qualquer decisão de investimento defina um objetivo de rendibilidade e um limite de prejuízo para um determinado período de tempo. A definição de objetivos é importante para proceder à reavaliação periódica do investimento realizado. Este plano de investimento deve contemplar ainda o montante pretende investir, por quanto tempo e qual o capital que está disposto a correr o risco de perder.
4. Elabore um fundo de emergência
Assegure-se que não vai necessitar do montante aforrado até à maturidade do produto. Esta segurança obtém-se através da realização de um fundo de emergência, que deve conter, pelo menos, o equivalente a seis meses de despesas fixas. Este montante serve para fazer face a contratempos que o impossibilitem de auferir rendimentos ou a uma despesa elevada inesperada. Desta forma, não terá de mexer nos seus investimentos. Lembre-se: este dinheiro deve estar aplicado em instrumentos com garantia de capital e sem risco de liquidez. Ou seja, que possa dispor a qualquer momento da totalidade do capital aplicado, sem correr o risco de perder dinheiro, caso decida realizar um resgate antecipado. Os depósitos a prazo ou contas-poupança são, por regra, produtos de excelência para estes fins.
5. Diversifique o investimento
Mesmo que o investidor seja conservador, a carteira de investimentos deve ser composta por diferentes tipos de ativos, com diferentes níveis de risco. Este gesto diminui o risco a que está exposto. Ou seja, mesmo que um dos ativos de risco desvalorize (ações ou fundos de investimento, por exemplo), será compensado pela valorização de outro ativo menos arriscado.
6. Atenção à inflação
A inflação é fenómeno económico que se dá quando existe um aumento generalizado dos preços, observado durante um longo período de tempo. Esta subida dos preços pode ser a maior inimiga dos investimentos a longo prazo, pois o dinheiro perde o valor que tinha quando começou a investir. Por este motivo, é importante aplicar o dinheiro em produtos financeiros que assegurem uma taxa de juro real (taxa de juro bruta – impostos – taxa de inflação) acima da inflação.
7. Contabilize todos os custos
Subscrever um produto de investimento comporta custos que devem ser contemplados, uma vez que podem ser responsáveis por reduzir a rentabilidade esperada. Estas despesas não são transversais, por isso deve contabilizá-las antes de aplicar o dinheiro. Os investimentos podem ter custos, à entrada e à saída, como por exemplo:
- Comissões de subscrição;
- Comissões de resgate ou venda;
- Comissões de gestão;
- Comissões de guarda de títulos, de depósitos ou de custódia;
- Taxas cobradas por terceiros (exemplo: taxas de bolsa);
- Comissões de transferência (exemplo: da conta de títulos para outro intermediário ou de PPR para o outro);
- Custos indiretos associados ao investimento (custos inerentes aos ativos que integram o instrumento financeiro);
- Impostos.
8. Invista no que conhece
Se não entender todas as implicações financeiras dos produtos que pretende subscrever, provavelmente estes não são adequados ao seu perfil de investidor. Neste caso, é aconselhável que não investir ou, em alternativa, estudar melhor os instrumentos de investimento antes de tomar a decisão.
9. Pense a longo prazo
A poupança pode ter várias finalidades e a forma como investe o dinheiro aforrado deve estar em sintonia com as metas estabelecidas. A generalidade das pessoas tem a tendência de pensar no investimento a curto/médio prazo. Porém, a carteira de investimento deve conter objetivos a longo prazo, nomeadamente para a reforma. Existem vários produtos no mercado concebidos para planear esta fase da vida, como os PPR, seguros ou certificados de reforma.
Por exemplo, o Montepio Poupança Reforma é um produto mutualista que permite reforços a qualquer altura e tem um regime fiscal idêntico ao do PPR. Além disso, não tem comissão de gestão e tem um histórico de valorização acima da inflação.
10. Procure aconselhamento especializado
Caso não se sinta preparado para tomar decisões de investimento, procure ajuda especializada. Pode ser através da instituição bancária, de um intermediário financeiro ou de um consultor independente (devidamente creditado). Isto não significa, no entanto, que deixe a responsabilidade nas mãos do agente escolhido. O intermediário deve traçar o perfil de investidor e apenas fazer escolhas baseadas nesse perfil. A última palavra deve ser sempre do investidor.
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