Ansiedade: quais os sintomas e como tratar

Sente-se nervoso, com dificuldade em adormecer ou concentrar-se? Sentir ansiedade é normal, mas, como tudo na vida, o excesso pode ser um problema. Conheça os sintomas da perturbação da ansiedade e saiba como agir.
Artigo atualizado a 08-02-2023

Estima-se que, em Portugal, uma em cada seis pessoas sofra de uma perturbação de ansiedade, uma condição de saúde mental que não escolhe idades ou estratos sociais. Por se apresentar sob diferentes formas, ter uma grande diversidade de sintomas e surgir, por vezes, acompanhada de outros problemas de saúde, a ansiedade nem sempre é de simples diagnóstico (pode, inclusive, surgir dentro de um quadro de depressão, por exemplo). Mas o primeiro passo para uma abordagem correta a esta perturbação é, precisamente, identificá-la.

Ansiedade: o que é

A ansiedade é uma reação normal a situações de perigo, ameaças, stress ou preocupações. Episódios de conflito, problemas no trabalho, perspetivas negativas sobre o futuro ou a espera de uma mudança importante na vida poderão desencadear um estado de ansiedade. Embora sentir-se ansioso seja normal, se este estado se tornar exagerado, persistente (existir há pelo menos seis meses) e começar a ter impacto na vida diária, poderá requerer acompanhamento profissional. Quando a ansiedade se transforma numa doença, denomina-se perturbação de ansiedade.

Quais os diferentes tipos de ansiedade?

Inicialmente, a ansiedade pode ser sentida como algo geral e abstrato, mas observar e analisar os comportamentos diários e os momentos de maior tensão faz com que os sintomas desta perturbação se tornem mais claros. Conheça os diferentes tipos de ansiedade para saber como agir face ao problema:

  • Fobia – A fobia é uma perturbação que surge devido ao medo de determinadas situações (andar de avião ou falar em público, por exemplo) ou de objetos animados (como pessoas ou animais). Ao querer evitar a sensação de medo, a pessoa afetada tende a evitar pensar ou viver estas situações;
  • Ataque de pânico – É uma crise súbita e intensa de medo, acompanhada de pensamentos-catástrofe, como morte iminente, perda de controlo ou perda de sanidade, por exemplo;
  • Stress pós-traumático – É um tipo de ansiedade intensa ativado por uma memória traumática. Esta memória faz com o que indivíduo reviva a situação e volte a sentir os medos que experienciou naquela altura;
  • Perturbação de ansiedade generalizada – Esta perturbação carateriza-se pela persistência de sintomas de vários tipos, entre os quais, sintomas físicos, como cólicas, alterações no funcionamento intestinal, palpitações, tonturas e/ou suores.

Quais são os sintomas mais comuns da ansiedade?

Os sintomas de ansiedade dividem-se em três tipos e podem surgir agrupados de diferentes formas. Eis os mais comuns:

Psicológicos

  • Medo intenso;
  • Apreensão;
  • Inquietação;
  • Falta de concentração;
  • Preocupação constante;
  • Foco exclusivo na fonte de medo;
  • Estado de alerta e dificuldade em adormecer;
  • Irritabilidade.

Físicos

  • Tensão muscular;
  • Tremores:
  • Respiração e batimento cardíaco acelerados;
  • Tonturas;
  • Sensação de formigueiro;
  • Suores;
  • Boca seca;
  • Vontade súbita de urinar e/ou defecar.

Comportamentais

  • Tentativa de evitar a ameaça ou a fonte de perigo, ou mesmo de pensar sobre elas. Por exemplo, a pessoa com medo de andar de avião não quer falar sobre isso ou alguém com medo das alturas evita aproximar-se de pontos altos.

Como tratar a ansiedade?

Depois de pelo menos seis meses de sintomas persistentes, a ansiedade é considerada doença e pode ser tratada pelo médico de família ou, nos casos mais graves, pelo psiquiatra. Os profissionais de saúde habilitados tentam aferir o nível de gravidade deste distúrbio através de entrevistas clínicas, questionários e/ou escalas de avaliação. Determinado o diagnóstico, há três caminhos possíveis para o tratamento da ansiedade: psicoterapia, medicação e ambos.

  • Psicoterapia – É um tratamento que ajuda a identificar e, por isso, a controlar e minorar os momentos de maior ansiedade. Técnicas de relaxamento, sessões com profissionais habilitados ou terapia de grupo são algumas das práticas possíveis;
  • Medicação – Nas perturbações de ansiedade moderadas a graves, a terapêutica medicamentosa pode ser necessária. O recurso a ansiolíticos e antidepressivos, por exemplo, pode revelar-se eficaz no desaparecimento dos sintomas, no entanto, a sua administração não deve ser prolongada, com o objetivo de evitar a dependência.

Um seguro que ajuda a prevenir e a tratar

Tanto para a manutenção de uma boa saúde mental, como no tratamento de diferentes problemas, a vigilância médica é um fator-chave. Nos casos persistentes de ansiedade, ser acompanhado por um especialista em psiquiatria é fundamental. Sinta-se mais protegido com o Seguro Montepio Saúde e aceda a centenas de entidades parceiras, em todo o país.

 

Quais as consequências de uma perturbação da ansiedade não tratada?

A duração e a gravidade deste estado de saúde variam de acordo com a situação e a pessoa. Mas, fingir que o problema não existe não é solução. Uma perturbação de ansiedade não tratada pode tornar a pessoa incapaz de desenvolver as tarifas diárias, de socializar ou de trabalhar. Pode, também, ter consequências como a dependência de bebidas alcoólicas ou de outras substâncias, ou evoluir para outros problemas de saúde, como a depressão.

Quais podem ser as causas da ansiedade?

A lista de eventos ou objetos que podem causar ansiedade é infindável. No entanto, a ciência tem identificado possíveis fontes de ansiedade que ajudam a perceber melhor o aparecimento desta perturbação:

  • Previsão de mudanças – Acontecimentos pessoais – como mudar de casa – ou globais – como um conflito ou a inflação – podem gerar ansiedade;
  • Situações traumáticas – Situações perturbadoras da rotina normal, muitas das quais, experiências-limite como acidentes de viação ou o testemunho de uma catástrofe natural, podem condicionar a forma de lidar com as memórias desses eventos ou com a repetição de eventos semelhantes na vida real;
  • Causas genéticas – Alguns estudos científicos sugerem que pode haver uma influência hereditária na forma como desenvolvemos sintomas de ansiedade;
  • Causas psicológicas – Outros distúrbios da saúde mental, como o stress ou a depressão, podem influenciar o surgimento da ansiedade;
  • Drogas – O consumo de algumas substâncias, como o LSD, anfetaminas ou mesmo a cafeína, pode gerar crises de ansiedade;
  • Problemas físicos – Algumas doenças (da tiroide, por exemplo) e os respetivos tratamentos médicos podem originar o aumento dos sintomas da ansiedade.

 

8 conselhos para lidar (bem) com a ansiedade

O médico de família deve ser o primeiro profissional a abordar um problema de ansiedade. No entanto, as situações mais complexas podem exigir a intervenção de um psiquiatra. Seja qual for o caso, uma grande parte do tratamento depende da pessoa que sofre de ansiedade. Damos-lhe a conhecer algumas estratégias delineadas pela Ordem dos Psicólogos Portugueses para lidar da melhor forma com este distúrbio.

1. Saiba identificar os sintomas: o que sente, pensa e como se relaciona com os outros quando está mais ansioso.

2. Faça uma pirâmide dos seus receios e preocupações, para perceber quais as possíveis causas desta perturbação. Depois, racionalize a informação, tentando afastar cenários negativos e traçando horizontes realistas para o que o incomoda.

3. Adote uma estratégia ativa face ao problema, mantendo-se focado nas pequenas ações do quotidiano (aqui e agora).

4. Foque-se naquilo que está ao alcance do seu controlo. Por exemplo, não adianta preocupar-se com as operações de um avião quando elas estão a ser asseguradas por profissionais.

5. Confie nas suas capacidades.

6. Reveja o seu dia, liste os pontos positivos e planeie o dia seguinte.

7. Reserve um momento do dia para relaxar.

8. Projete-se no futuro de forma positiva.

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