“Estava muito cansada. Devia ter-me reformado dez anos antes.” Sebastiana Costa foi professora de Matemática durante 41 anos e reformou-se aos 66. Nos últimos anos, admite, foi um desafio físico e mental dar aulas a jovens do 5.º e 6.º ano. Sebastiana diz que os seus colegas, sobretudo os professores de Matemática e de Português, sentem o mesmo. Mas a exaustão é comum a várias outras profissões, senão a todas.
Há, por isso, uma espécie de romantismo antagónico que nos une ao último dia de trabalho. Por um lado, associamo-lo a uma imagem positiva: o descanso, o podermos fazer tudo o que não fizemos porque tínhamos de trabalhar durante todo o dia. Por outro, sabemos que a nossa energia já não é a mesma. A não ser, claro, que nos reformemos aos 44 anos. E para tornar o processo ainda mais complexo, há um valor associado ao último dia de trabalho: o da nossa pensão de reforma. Esse valor vai definir como será a nossa vida nos anos em que não queremos, ou não podemos, trabalhar.
Para quem chega agora a esta idade, não há muito a fazer. Se se tiver preparado financeiramente, o futuro é risonho. Se não conseguiu fazê-lo, terá mais dificuldade em viver com conforto. Em ambos os casos, poderá assumir a lição de vida e ser o embaixador da poupança para os seus filhos, netos ou amigos, passando a mensagem da urgência em preparar, enquanto novos, o futuro. Eles, certamente, agradecer-lhe-ão mais tarde.
Estamos sempre a aprender, mas há uma personagem fictícia que nos poderia dar lições de literacia financeira: Benjamin Button. Em jovem, Benjamin assemelha-se a um velho; na velhice, é uma criança. Quão bom seria nascermos com sabedoria. E quão bom seria cumprirmos os sonhos na idade em que mais tempo e dinheiro temos para concretizá-los.
Benjamin Button saiu da cabeça genial de F. Scott Fitzgerald, em 1922. Mas as lições da preparação para a reforma podem sair da sua própria cabeça. Como? Garantindo que, todos os meses, destina parte dos seus rendimentos para a poupança. Oitenta e dois anos antes de Fitzgerald criar Button, já o Montepio Associação Mutualista protegia o futuro de cada associado através das contribuições regulares de todos. Passaram 184 anos. Hoje, mais de 600 mil associados sabem que terão uma reforma mais feliz que a dos seus antepassados. E, como Sebastiana, gozar os anos dourados com a tranquilidade que merecem.