10 mudanças na nossa vida que a pandemia acelerou

10 mudanças na nossa vida que a pandemia acelerou
20 minutos de leitura
Ilustrações de Miguel Feraso Cabral
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epois da “pãodemia”, da corrida ao papel higiénico e ao fermento, o que sobra? Hábitos como transportar sempre álcool gel na carteira, usar máscara ou praticar desporto em casa passaram a fazer parte da rotina dos portugueses. Conheça 10 tendências que a pandemia acelerou.

No início de 2020, para evitar a disseminação do vírus responsável pela Covid-19 e proteger vidas, muitos países foram rápidos a confinar, a adotar medidas de distanciamento social e a fechar a economia. O vírus afetou, e continua a afetar, muitas rotinas. Mas também acelerou algumas tendências que já não voltam atrás. Conheça algumas.

1. As máscaras vieram para ficar

Agora que quase todos os portugueses elegíveis para receber a vacina já o fizeram, quando deixaremos de usar máscaras em público? E será que vamos conseguir colocá-las mesmo de lado, ou estes pedaços de tecido, muitos descartáveis, já fazem parte da nossa rotina?

Miguel Oliveira, Associado Montepio de 42 anos, admite que a máscara vai continuar a fazer parte do seu dia a dia, pelo menos em algumas situações. “Não me vejo a entrar num hospital ou outra unidade de saúde, com ou sem pandemia, sem máscara. O mesmo sucede nas viagens de transportes públicos, aeroportos e espaços que impliquem grandes ajuntamentos de pessoas. E incentivarei os meus filhos a fazerem o mesmo”, explica.

2. Lar, doce e confortável lar

Na pandemia, a nossa casa ganhou preponderância e tornou-se, de um dia para o outro, o refúgio onde tudo acontece: trabalho, escola e lazer. Muitos portugueses aproveitaram a oportunidade para tornar a casa mais confortável e criar soluções adequadas aos múltiplos propósitos: se uns a redecoraram para acomodar as necessidades do teletrabalho, outros optaram por levar o verde para dentro de portas. E, de modo a contornar a monotonia, houve quem investisse mais na sua cozinha.

O estudo “Nova vida, Nova casa”, realizado pela consultora JLL para descobrir o impacto da pandemia nas necessidades de habitação dos portugueses, revelou que 49% dos inquiridos gostariam de fazer ajustes na casa devido à pandemia. A criação de um espaço de trabalho confortável e a modernização do espaço exterior são as duas principais alterações. Destaca-se, ainda, a intenção de redecorar a casa.

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3. Exercício é onde uma pessoa quiser

O papel higiénico não foi o único artigo difícil de encontrar nas prateleiras nos primeiros tempos da pandemia. Comprar material e equipamento para praticar desporto em casa também não era tarefa fácil. Como em quase todos os outros aspetos da vida nesta era, os exercícios outrora praticados nos ginásios e academias tornaram-se uma atividade doméstica, e os atletas amadores tiveram que se esforçar para transformar um quarto ou um canto da casa num espaço de treino.

Apesar das dificuldades, esta foi uma altura em que muitos portugueses aproveitaram para adquirir novos hábitos de desporto. Um estudo realizado por um consórcio de cinco universidades para o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) revelou que 45% das pessoas que não praticavam desporto antes da pandemia passaram a fazê-lo através de programas criados pelos próprios ou seguidos nas redes sociais. Além de ser uma ferramenta para aliviar o stress durante os picos da pandemia, também houve a noção do impacto que a prática de atividade física tem na saúde. “Verificámos que muitos dos internados com Covid-19 apresentavam problemas de saúde – além da infeção – em relação às pessoas saudáveis e ativas”, afirmou Bruno Baliza, diretor de vendas do Fitness Hut.

Para aproveitar esta oportunidade, o Fitness Hut criou, durante os períodos de confinamento, atividades online gratuitas: aulas virtuais, personal training, workshops de culinária, nutrição e meditação. Quase dois anos volvidos, ainda existe alguma resistência no regresso aos ginásios. Como tal, o Fitness Hut mantém a oferta online gratuita e os seus personal trainers continuam a acompanhar centenas de sócios à distância. “Ainda assim, sentimos que as pessoas querem regressar ao ginásio e à sua vida normal.”

O grande crescimento do online abre novos horizontes para os ginásios que, no futuro, se tornarão “hubs onde as pessoas poderão, em qualquer momento ou local, aceder e manter-se ativas, seja dentro do clube, online no conforto da sua casa ou outdoor”, concluiu Bruno Baliza.

Quer participar na corrida São Silvestre de Lisboa?

Muitos portugueses descobriram o prazer da corrida durante a pandemia. Se é o seu caso, temos boas notícias. A corrida São Silvestre de Lisboa já tem data marcada e realizar-se-á no dia 18 de dezembro de 2021. A corrida é apoiada pela Associação Mutualista Montepio e divide-se em dois momentos: às 15h00 realiza-se a corrida do Clube Pelicas São Silvestre da Pequenada, e às 17h30 decorre a corrida de 10 km que dá o nome ao evento. Marque já na sua agenda e faça a sua inscrição atempadamente.

4. Voltar ao escritório? Só se for em regime misto

De todas as mudanças na nossa vida, o fenómeno do teletrabalho é a que terá impacto mais duradouro na sociedade. A pandemia levou empresas em todo o mundo a fecharem os seus escritórios e a abraçarem o teletrabalho.

Por cá, de acordo com dados do Banco de Portugal, metade das empresas adotou ou manteve o trabalho remoto ao longo do segundo trimestre de 2020 como forma de combater a crise sanitária.

Mas será que esta tendência veio para ficar? A resposta é sim mas num regime misto, de acordo com um estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa, da Universidade Católica, em Lisboa, que procurou perceber o impacto da pandemia na vida dos portugueses.

Em março de 2021, um total de 41,4% dos inquiridos estavam em teletrabalho e a maioria preferia manter-se nesta situação ou em regime misto: trabalhar a partir de casa até quatro dias por semana.

5. Saúde à distância… de uma videochamada

Seja por chamada de voz, videochamada ou troca de mensagens de texto ou e-mails, as consultas à distância ganharam destaque nos últimos dezoito meses. O estudo “O impacto da pandemia Covid-19 na prestação dos cuidados de saúde em Portugal”, promovido pelo Movimento Saúde em Dia, revelou que, no primeiro ano da pandemia, as consultas não presenciais aumentaram 130% quando comparadas com o período homólogo.

À medida que as restrições de confinamento aliviam, as consultas presenciais regressam. No entanto, em muitas situações o contacto com o médico pode continuar à distância.

Segundo a AdvanceCare, parceira do Plano Montepio Saúde, as consultas à distância são uma boa opção para esclarecer dúvidas sobre novos sintomas ou doenças previamente identificadas, assim como para partilhar resultados de exames e análises ou prescrever medicação.

6. Mais cuidado com a alimentação

Mais refeições cozinhadas, menos pré-preparadas, take-away e refrigerantes. Segundo um estudo realizado pela DGS, publicado em maio de 2020, cerca de 45% dos inquiridos afirmaram ter alterado os hábitos durante o período de confinamento. Destes, 58,2% consideraram ter sido para melhor.

À primeira vista, a pandemia da Covid-19 parece ter contribuído para a alteração dos hábitos alimentares de uma parte da população. No entanto, para Rita Silva, nutricionista do Celeiro, estes resultados não significam que os portugueses tenham despertado para a importância de uma alimentação equilibrada.

“Neste momento estamos a assistir a um levantamento gradual das medidas de confinamento e os hábitos alimentares observados durante o isolamento irão, certamente, modificar-se”, explica a especialista.

“Resta-nos tentar sensibilizar o consumidor para manter alguns dos hábitos alimentares que teve durante o confinamento e que podem ser considerados positivos e mais saudáveis, como, por exemplo, o aumento do consumo de fruta e hortícolas”, conclui.

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7. Visitar museus no sofá e ir a festas virtuais

Não há como uma experiência sensorial, estar no local para ver, cheirar e sentir. Mas se há lição que a pandemia nos ensinou é que o ser humano é extremamente resiliente e capaz de se adaptar a qualquer situação.

Quando o distanciamento social e o uso de máscaras passaram a ser o novo normal, pessoas em todo o mundo frequentaram festas de aniversário online, concertos à distância, jantares de empresa pelo Zoom, visitaram museus sentadas no seu sofá e fizeram workshops virtuais.

Agora que esses dias estão a ficar para trás e a vida regressa, devagar e com os devidos cuidados, à normalidade, os eventos e experiências online estão a diminuir. Mas a porta já foi aberta e as oportunidades são inúmeras, em particular para quem quer aumentar os seus conhecimentos mas não tem muito tempo para perder em deslocações.

8. Uma porta aberta para o bem-estar mental

Nunca a importância da saúde mental esteve tão em destaque. Fatores como o isolamento social, confinamento, escolas encerradas, burnout ou a perda de rendimentos desencadearam, ou agravaram, distúrbios psicológicos.

Cerca de 25% dos participantes no estudo “Saúde Mental em Tempos de Pandemia” apresentaram sintomas moderados a graves de ansiedade, depressão e stress pós-traumático, confirmando o impacto que as alterações profundas provocadas pela Covid-19 no quotidiano das pessoas teve na sua saúde mental e bem-estar.

Tiago Pereira, coordenador do Gabinete de Crise Covid-19 da Ordem dos Psicólogos Portugueses, chama-lhe a pandemia da saúde mental. “Quando não estamos bem psicologicamente, não conseguimos ajudar os outros e isso acaba por se transmitir.”

No entanto, o psicólogo destaca uma nota positiva: “Fala-se muito mais da saúde mental no espaço público e mediático. Há mais literacia sobre este tema e dá-se mais importância ao autocuidado.”

Como consequência, refere, muitos portugueses passaram a estar mais atentos ao sono, a privilegiar uma alimentação equilibrada e saudável, a conciliar a vida pessoal com a profissional. “Há uma dimensão de autocuidado que ficou mais saliente. Temos que estar bem para podermos ajudar o outro.”

Tiago Pereira destaca ainda a importância da partilha, da coesão social e do contacto permanente, mesmo perante o distanciamento físico, como forma de cuidarmos melhor de nós e, consequentemente, cuidarmos melhor dos outros.

9. Férias mais seguras

Na hora de escolher o destino de férias os portugueses passaram a ter novos cuidados, procurando destinos mais seguros e próximos de casa. A mobilidade, facilidade de entrada e saída, segurança, higiene e evolução da pandemia passaram a ter maior preponderância na tomada de decisão.

A pandemia veio, ainda, reforçar o papel das agências de viagens. “Os consumidores necessitam, e procuram, constantemente informação, e o serviço de agência adiciona uma camada de tranquilidade e segurança no planeamento da viagem”, explica Nuno Tiago Almeida, responsável de apoio à rede Bestravel.

Pela sua proximidade, os Açores e a Madeira foram destinos muito procurados em 2020 e 2021. “Este ano já se começa a ver deslocações para fora do território nacional mas ainda para destinos próximos, como as ilhas espanholas, cidades europeias e os tradicionais destinos de praia com tudo incluído”, explica o responsável.

Os portugueses já começam a sonhar com destinos mais longínquos, mas o medo permanece. Para Nuno Tiago Almeida, quando a pandemia acabar alguns hábitos irão manter-se, nomeadamente na “mobilidade, processo de entradas e documentação necessária”.

Os viajantes voltarão a fazer as suas viagens de sonho mas com cuidados extra. “Acreditamos que vão ter o cuidado de escolher destinos que tenham infraestruturas médicas, planos de vacinação implementados e maior controlo da pandemia.”

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10. Cuidados extra com a higiene

Álcool gel na bolsa, desinfetante em cima da mesa e lavar as mãos durante sessenta segundos passaram a ser hábitos rotineiros desde que a pandemia começou e, para muitas pessoas, vieram para ficar.

A Covid-19 criou uma necessidade para muitos produtos nos quais até então ninguém pensava, sendo um dos principais o desinfetante para as mãos. Rita Martins, de 39 anos, já não sai de casa sem a embalagem portátil de álcool gel. “Não tinha este hábito, mas apercebi-me de que é um pequeno gesto que pode evitar infeções indesejadas, não tem de ser exatamente a Covid-19”.

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