48 horas em Évora (a poupar) com parceiros Associação Montepio

48 horas em Évora (a poupar) com parceiros Associação Montepio
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omo passar um fim de semana fora sem cortar no prazer mas sim no orçamento? Nesta reportagem, provamos como um Associado Montepio pode fazê-lo, aproveitando os descontos garantidos por centenas de parceiros. De um hotel de quatro estrelas a um salto de paraquedas, eis Évora em passeio.

À exceção de casos raros como o de Carlos Faustino ou Eduardo Sousa, não é comum saltar-se de uma avioneta a 12 mil pés (mais de 3 000 metros) de altitude. Carlos tem 20 mil saltos de paraquedas no repertório, Eduardo 2 600. O primeiro é o recordista nacional; o segundo quem irá obrigar-nos a abandonar um Cessna Caravan 208B em andamento.

Estamos ainda em terra firme, no hangar da Skydive Portugal, no Aeródromo Municipal de Évora, onde vêm saltadores “do Qatar, da China, ingleses, alemães” para experimentar o paraquedismo, conta uma das funcionárias. “Évora tem boas condições durante quase todo o ano. Tem a ver com os ventos, a temperatura, uma série de fatores. E por isso procuram-nos muito.”

Às seis e meia da manhã, um grupo de homens cataris e britânicos equipa-se para entrar na aeronave. “A vida começa depois dos 40”, comenta um deles. Alguns vêm ganhar experiência, aprender a movimentar o corpo enquanto ele cai, a fazer cambalhotas, a voar com maior destreza. Outros vêm pela primeira vez, para ver se gostam ou para se colocarem à prova, como explica Eduardo. “Há quem venha à procura daquela sensação de quando se voa nos sonhos. Mas também vêm para ultrapassar medos. Seja como for, a adrenalina está sempre lá.”

Após 50 segundos de queda livre, abre-se o paraquedas. A adrenalina está presente em todos os voos da Skydive Portugal, parceiro Montepio em Évora (Foto: DR)

A janela abre, o corpo cai

Durante 15 minutos, a aeronave sobrevoa a planície alentejana. “Vamos recapitular: cabeça para cima, corpo arqueado, pernas dobradas para trás. Quando a porta abrir, desliza as pernas para fora do avião e saltamos, ok?” Em teoria, sim. No entanto, na hora H, uma das pernas não quer deslizar. Querer cair é contranatura e a cabeça ordena ao corpo que pare. Os mais de 2 000 saltos de Eduardo ajudam: é ele que empurra.

Nos primeiros dos 50 segundos em queda livre, não há paisagem que chegue aos olhos. O momento da queda assemelha-se ao resultado de uma câmara de vídeo que alguém se esqueceu de desligar enquanto corria. O cérebro reorganiza-se, tenta assimilar o vento que corta a pele a 200 quilómetros por hora. Abrir a boca ou mantê-la fechada? Rir ou gritar? “Agora manda um grande sorriso para a câmara! Vamos lá!”, ordena Eduardo no meio da tempestade. Mas, na verdade, o que está a fazer é a chamar-nos de volta à vida. E agora, sim, o Alentejo lá em baixo pontuado de sobreiros, o sol estático e quente, o céu maior do que a terra. Eduardo manda abrir os braços. Começa o voo.

Se a queda livre demora 50 segundos, o voo com o paraquedas dura cerca de cinco minutos. Com uma nuvem de nylon sobre a cabeça, Évora parece totalmente dominada, território seguro. Vira-se à direita e à esquerda, o corpo às voltas como um pássaro. Não é como nos sonhos, é mesmo como voar.

São poucas as oportunidades de saltar assim em Portugal, embora muitos procurem esta pequena “loucura”, que de louca tem pouco: em quase 30 anos de atividade da Skydive Portugal – parceira do Montepio Associação Mutualista e, por isso, com descontos especiais para associados –, nunca houve um acidente digno de alarme. A segurança é, claro, prioridade máxima (os dois paraquedas em cada salto tandem e a experiência dos instrutores são prova disso). Mas por mais que saibamos as estatísticas, como dizia Eduardo, a adrenalina está sempre lá. A caminho do salto número 20 000, Carlos Faustino descreve-o de outra maneira: “Não há nenhum salto que seja igual ao outro.”

Quanto custa: 179 euros (Pack Gold) 
Quanto poupei: 8,95 euros

O Templo Romano de Évora, ou Templo de Diana, é um dos ex-líbris da cidade. Foi construído no século I (Foto: Turismo de Évora)

De comboio para o Alentejo

Contámos como sobrevoámos Évora, mas ainda não dissemos como cá chegámos. Partindo de Lisboa, a cidade alentejana fica a 1h30 de viagem, tanto de automóvel como de comboio. A opção é simples. Para quem vai com mais vontade de olhar pela janela do que para o conta-quilómetros, ganham os caminhos de ferro, com a vantagem de a CP ser parceira Montepio (garante 15% de desconto nos bilhetes a todos os associados que viajam na classe conforto ou 1.ª classe).

Da tal janela, os primeiros sobreiros e pinheiros mansos começam a aparecer entre Poceirão e Pegões, depois de ultrapassados os blocos urbanos da margem sul do rio. Estamos na Linha do Alentejo, que vai ligar-se à Linha de Évora em Casa Branca, com o Alentejo já a cheirar a bolota e a cortiça, lá fora, longe do ar condicionado que torna a viagem o antípoda da torra local.

A linha até Évora foi inaugurada a 14 de Setembro de 1863, na primeira grande fase de construção da rede de linhas férreas do país, por ser considerada uma prioridade nacional. Os projetos de expansão e de ligação a Espanha, no entanto, tardaram a desenvolver-se, após diversas tentativas. E ainda hoje, grande parte dos turistas que chegam a Évora de comboio, fazem-no através de Lisboa.

Ao computador, embalados, lemos sobre a viagem de D. Carlos I por esta linha, desde Vila Viçosa, onde costumava passar longas temporadas no Paço Ducal. Passamos ainda os olhos pela chegada da personagem de Vergílio Ferreira à estação alentejana, no romance Aparição, com “um caixote de livros a desembarcar”. Já o nosso percurso, tão curto, é apenas uma quebra na rotina. Mas, como em todos, com coisas por acontecer. Com uma pequena mochila, chegamos a Évora, onde, ao sábado e ao domingo, chegam sempre três comboios com novos passageiros. “Cada vez mais gente prefere vir assim. Para quê virem de carro a cansar-se, se o tempo é o mesmo?”, questiona uma local. Até ao hotel, serão 20 minutos de passeio. Façamo-nos à cidade.

Quanto custa: 30 euros (viagem de ida e volta em 1.ª classe)
Quanto poupei: 4,50 euros

DESCONTOS EM TODO O PAÍS

Em dois dias, poupámos 114,35 euros com seis parceiros Montepio. Quer tornar-se Associado?

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35 graus e a cura da piscina

Para quem pisa a capital alentejana, que será Capital Europeia da Cultura em 2027, no início de uma tarde de verão, não há surpresas: Évora não é lugar de brisas frescas ou ar sereno. A caminho do Hotel Vila Galé, também ele parceiro da Associação Montepio, o termómetro da farmácia marca 35 graus. O passeio pelo centro histórico, planeado no conforto do comboio, perde metade do fôlego com o calor, ainda que do hotel até à Porta do Raimundo – uma das entradas amuralhadas da antiga cidade – sejam apenas 300 metros, ou seja, cinco minutos.

“O hotel abriu em 2015 e foi pensado para os turistas que teriam como principal objetivo visitar a cidade. Portanto, a proximidade é uma das suas grandes mais-valias. Acontece que, como Évora é muito quente, as pessoas tendem a resguardar-se nas piscinas nas horas de maior calor, que são muitas. Muitas vezes quase funcionamos como um resort. As pessoas passam aqui o dia, vão ao ginásio, ao spa, às piscinas, descansam em família, e só ao fim da tarde é que saem”, explica Tomás Pires, diretor da unidade.

“As pessoas” têm razão. Após um duche e uma breve sesta – testes essenciais às potencialidades de relaxamento do hotel –, a piscina é nossa. Perdão: as piscinas. Desde a abertura do espaço, “a única mudança que decidimos fazer foi duplicar a área de piscina”, relata o responsável, porque não há melhor inimigo do calor do que a água.

Hoje, existem uma piscina interior e duas exteriores, com as respetivas piscinas infantis acopladas. Há, ainda, lugar para uma zona aquática em que espreguiçadeiras submersas e revestidas a pastilha azul permitem arrefecer o corpo. Quem vai com crianças também não tem de se preocupar: há uma casinha para brincar, protegida do sol, a animação do Kids Club (com pinturas, jogos e exercícios lúdicos) e, num recanto do jardim, uma horta pedagógica.

Revigorado, o corpo agradece os mergulhos e braçadas, bem como a sombra das oliveiras (antes de aqui se erguer o Vila Galé, este era um olival que funcionava como parque de estacionamento informal para quem não queria entrar de carro na cidade antiga). Mas o ponto diferenciador do hotel, que integra uma rede de 41 espaços em Portugal e no Brasil – sejamos justos –, é o staff. “São pessoas da região, que sabem sugerir e recomendar, e que dão um toque familiar ao estabelecimento”, reconhece o diretor, também ele natural de Évora. São eles que, durante o jantar, brincam com a criança que aprendeu há pouco a andar e aliviam os pais da tensão. E são os mesmos que encontram solução para pequenos problemas como um edredão demasiado quente ou um pequeno-almoço tardio. São também eles que nos sugerem caminhar seis minutos até à famosa Capela dos Ossos, visitar o Templo de Diana ou comer um gelado de fim de tarde na Praça do Giraldo. Queixámo-nos da temperatura, mas, sem os eborenses, não existiria este outro pequeno calor, essencial ao hotel, o humano.

Quanto custa: 125 euros (preço por noite para um quarto standard superior – duas pessoas)
Quanto poupei: 12,5 euros

O Vila Galé Évora foi construído num olival que funcionava como parque de estacionamento informal. Ficaram as oliveiras (Foto: DR)

Tertúlia e verdades em torno do vinho

Pisar o Alentejo sem lhe conhecer o vinho é um pouco como dar voltas na cama e não adormecer. Consciente desta inquietação, a Travel Round Wine pensa programas (no Alentejo e nas restantes regiões vitivinícolas do país) em torno do néctar divino. Mas, mais do que um fim em si mesmo, a bebida é “um ponto de partida para a tertúlia, para a partilha de conhecimentos”, para entrar na cultura de uma região e de um país, como refere Inês Bento, enóloga da Travel que nos acompanha nesta visita à Adega da Cartuxa, na Quinta de Valbom, para provar vinhos alentejanos. É por este motivo que a empresa aposta em visitas com poucos participantes, intimistas e com tempo, para que do vinho se possam ganhar outras coisas.

A Adega da Cartuxa é um lugar especial. Tomou o nome do convento situado a 200 metros, casa dos monges cartuxos em Portugal desde o século XVI até 2019. É por isso que São Bruno, o alemão que preferiu a vida eremita e simples a subir pela via eclesiástica, é o primeiro a receber-nos neste percurso pelas caves. Ainda antes do vinho. No passado, este foi um espaço religioso, depois da expulsão de algumas ordens religiosas do país, passou para o Estado e, no século XIX, foi comprado pela família Eugénio de Almeida (EA), com o vinho a ganhar protagonismo, relata o guia da Adega, Jorge Santiago. Ainda assim, o vinho não se queria sozinho, e “Vasco Eugénio de Almeida voltou a chamar os jesuítas e os cartuxos”. Ainda hoje, prossegue o guia, “alguns jesuítas habitam aqui”.

Histórias que juntam monges e vinho não são invulgares, mas o projeto da família EA era – e continua a ser – outro, com a investigação e o desenvolvimento de novas técnicas em torno da bebida a ter muito peso, a par da preservação de métodos naturais e antigos e dos valores ambientais, como os que associamos aos vinhos de talha, que conheceremos nesta prova.

“As pessoas procuram cada vez mais estes tipos de vinho, sem produtos químicos, com leveduras naturais e que recuperam técnicas ancestrais”, analisa Inês Bento. A talha é uma grande vasilha de barro (no seu interior, cabe uma pessoa e assim tem de ser, para que seja possível limpá-la) onde o vinho se faz à boa maneira romana e, portanto, milenar. Mas também se tornou um objeto muito alentejano. Assim, os sabores do barro e do fumo estão normalmente presentes nestes vinhos, conduzindo a sensações inabituais. “Não são vinhos fáceis”, comenta Inês à mesa, já depois de termos decifrado aromas como o do abacaxi, cravinho ou amora em tiras de papel, como se numa loja de perfumes estivéssemos (a experiência olfativa, em que se é convidado a descobrir os aromas presentes no vinho, é uma das etapas mais interessantes e educativas da visita).

Passadas as talhas, os tonéis de carvalho francês e os depósitos de cimento, é com azeite, pão e água que se espaça cada prova. À nossa frente, disputam o olhar um espumante branco (monocasta Arinto), um tinto e um branco de talha, um Cartuxa Reserva de 2017, um Scala Coeli de 2019 (Petit Verdot) e um Cartuxa Licoroso. “Na Cartuxa trabalhamos com 50 castas, mas seis são as mais comuns da zona”, descreve Jorge Santiago.

Com o Outeiro, Antão Vaz e Arinto (brancas) de um lado e a Trincadeira, Aragonez e Castelão (tintas) do outro, o vinho pode tomar centenas de formas, dependendo do ano, da técnica, das proporções e do acaso. Há “notas de padaria” no espumante; esteva, rosmaninho e até petróleo no vinho de talha branco; traços de barro e de fumo no vinho de talha tinto; diferentes volumes e tempos na boca; vinhos que precisam de respirar e vinhos que se comem. “Todas as impressões são interessantes e, às vezes, é das pessoas sem experiência na área que ouvimos as descrições mais originais”, nota Inês Bento.

A prova termina mas a visita pode continuar. Somos livres de passear pela quinta e de provar outros vinhos a copo, na loja. O improviso está entre as possibilidades da Travel Round Wine, que também desenha programas turísticos à medida. “As pessoas poderem conhecer tudo, da vinha ao vinho”, é um dos desígnios da empresa, como explica a fundadora, Fátima Gonçalves, para quem esta bebida é uma peça fundamental do puzzle português. “Privilegiamos o património, a cultura e os produtos portugueses. Queremos sempre oferecer uma experiência completa. Por isso, também trabalhamos nas áreas do alojamento, da gastronomia, do lazer, do turismo de natureza… Enfim, focamo-nos no que de melhor uma região tem para oferecer.” É a volta completa que faz com que se percebam todos os sabores.

Quanto custa: 860 euros (programa para duas pessoas, com partida de Lisboa, motorista e uma duração média de quatro horas)
Quanto poupei: 86 euros

A Travel Round Wine, que organiza programas vitivinícolas em todo o país, recebeu a Revista Montepio na Adega da Cartuxa (Foto: Rute Barbedo)

A Choupana: 40 anos de cozido de grão

Depois de uma prova de vinhos, o organismo pede sustento. Mantemo-nos na escala tradicional, para não desafinar, e é ao quase sexagenário restaurante A Choupana, junto à Praça do Giraldo, que vamos bater à porta. Há 46 anos que Joaquim Fialho cá está: aos 20 entrou como empregado, hoje é patrão. Louça azul e branca, e uma natureza morta com pão, queijo e vinho são indícios de um lugar seguro. As azeitonas, a robustez do pão alentejano, o queijo de ovelha curado e um pratinho de cogumelos avinagrados com coentros comprovam-no. “É uma casa muito forte nas entradas”, explica Joaquim.

Na ementa, há saladas de polvo, de ciba (choco), de grão com bacalhau, de orelha de porco ou de fígado em vinagrete. Com tantas opções, pode passar-se feliz das entradas para a saída. Mas não numa primeira vez, como explicará Maria José, cozinheira e esposa de Joaquim. Foi por causa de um doce de coco que Joaquim casou com ela, mas é por causa do cozido de grão que “muita gente cá vem”. “Fiz o meu primeiro cozido com 7 anos”, conta a eborense. E há quarenta anos que, à terça-feira, este é o prato do dia mais procurado d’A Choupana.

O segredo da mão de Maria José é não ser atrevida. “Não ponho grandes temperos, uso pouco sal. As pessoas vêm cá porque faço uma comida caseira. É o que achamos.” Um pouco mãe de quem cá passa, Maria José não deixa faltar ao cozido a hortelã e, à boa maneira alentejana, divide-o em dois: de um lado, a travessa com as carnes, os enchidos, o feijão-verde, o nabo, a batata, a cenoura; do outro, a tigela de caldo onde o pão ensopa e repousa o grão-de-bico.

O que acontece entre estes dois pratos é a desaceleração dos dias. Nem o caldo arrefece, nem a dose (generosa) terminará tão cedo. E apesar de nos esperar uma visita ao Museu do Relógio, encontrar os sabores ao cozido é uma prova que leva tempo e que nos leva, também, à história da região. “Havia sempre cozido na casa dos meus pais, dos meus avós. Era o que se comia aqui, no dia-a-dia”, conta Maria José, que aprendeu com a mãe, de Évora, os cozinhados e com a tia doceira, de Alcáçovas, as sobremesas, repartindo a atenção por uns e outras. É também entre os becos árabes do cozido e a agudeza conventual de uma encharcada (para quem não conhece, joga na proporção de meio quilograma de açúcar para quinze gemas) que nos dividimos, sendo que nesta mesa não existe o melhor para ganhar.

Quanto custa: 19 euros
Quanto poupei: 1,90 euros

Joaquim Filho e Maria José Fialho estão no restaurante A Choupana há mais de 40 anos. Não falta, desde então, o cozido de grão (Foto: Rute Barbedo)

Museu do Relógio: do cuco à I Guerra Mundial

A história do Museu do Relógio começa quando António Tavares d’Almeida, pai de Eugénio, herdou três relógios avariados e os mandou restaurar. Hoje, a coleção compõe-se de 800 relógios no pólo de Évora (no Palácio Barrocal) e mais de 3 000 em Serpa. Além disso, há uma oficina de restauro sempre pronta a receber novos exemplares. Neste museu, no entanto, é difícil detetar um relógio com a hora certa. “Há dois”, aponta a funcionária, que se adianta na explicação: “Pela minha sanidade mental, não tocam todos ao mesmo tempo.”

Por mais estranho que pareça, é aqui que a noção de horas e minutos mais perde sentido. Viajar por estes relógios é perceber as funcionalidades que a medição do tempo foi empregando às nossas vidas, do trabalho à fecundidade. Passamos, então, por um cronómetro da marinha usado na I Guerra Mundial, por um relógio de sol de bolso do século XIX e por um relógio-despertador com caixa de música e corda para oito anos. Os ouvidos escutam badaladas, o som do cuco, mas também músicas de bonecas que parecem mais para adormecer que para acordar.

Numa montra fechada, um dos relógios exibe o modo de vida de muitas famílias portuguesas, entre as décadas de 1970 e 1980. Com um simples despertador de cozinha, toda a família acordava. Estes eram, por isso, relógios para casas pequenas. Mais à frente, encontramos relógios de segredo, como os eróticos ou os maçónicos, mas também de dupla função, como os pisa-papéis. Há, ainda, relógios que ritmam o tempo de trabalho, como os conta-passos utilizados pelos carteiros, nos anos de 1930 ou os relógios de ponto colocados à entrada dos postos de serviço, para controlar as mudanças de turno. E se lá atrás falámos em fecundidade, foi por causa deste “relógio ginecológico”, concebido para datar as “regras menstruais e o período mais propício à fecundação”. Através dos relógios, podemos passar pela política, conhecendo exemplares fabricados na União Soviética, na Alemanha hitleriana ou sob as ordens de Salazar; pelas artes, vendo um modelo desenhado por Pablo Picasso; ou pela progressão da técnica, admirando uma peça com garantia de 300 anos e corda para 400 dias.

Provavelmente, quando, em 1972, António iniciou esta coleção a partir de três relógios dos avós, não imaginaria que em 1995 estaria a abrir um museu em Serpa e em 2011 este espaço no centro de Évora, com tantas histórias para contar. Não há muitos museus como este no mundo e, também por isso, hoje, Eugénio Tavares d’Almeida, o filho, continua a coleção. “Há sempre relógios a ser restaurados na oficina”, indica a rececionista. Quase que dá vontade de dizer: “Enquanto houver ponteiros para andar, o museu vai continuar.”

Quanto custa: 2 euros (bilhete para adultos)
Quanto poupei: 0,50 euros

António Tavares d’Almeida começou a colecionar relógios em 1972. Hoje, o filho Eugénio tem mais de 800 exemplares no Museu do Relógio (Foto: Rute Barbedo)

3 roteiros de poupança para associados

São mais de 1 500 os parceiros da Associação Montepio em todo o país que permitem gozar umas férias ou um fim-de-semana em beleza, poupando no orçamento. Além de Évora, apresentamos-lhe três programas alternativos que provam como ser Associado Montepio abre portas ao melhor “vá para fora cá dentro”.

1. Lisboa

Onde ficar?
Se é amante de andar a pé e de centros históricos, ficar no Hotel do Chiado é uma das melhores oportunidades para sentir o pulsar antigo de Lisboa. Mas as possibilidades de estada na capital com desconto para associados Montepio são múltiplas. Encontre o local ideal para si aqui.

O que fazer?
Eis três sugestões de locais e experiências que tornarão memorável a sua escapadinha em Lisboa:

Jardim Zoológico – Os menores de 10 anos que sejam associados Montepio e, como tal, sócios do Clube Pelicas, não pagam entrada e os restantes associados têm direito a 10% de desconto. Conheça, ainda, outros benefícios que lhe permitirão explorar o maior zoo do país.

Sailing with Nigel – O que acha de conhecer a cidade através do rio? É esta a proposta da Sailing with Nigel, uma empresa que organiza viagens de iate no Tejo, com direito a pilotar numa parte do percurso. O preço é de 35 euros por Associado.

CCB – Enriqueça a sua experiência em Lisboa com música, dança ou artes visuais num dos centros de arte contemporânea mais relevantes do país. A parceria com o Montepio dá-lhe a possibilidade de fazer um Cartão CCB (que oferece descontos o ano inteiro) por um preço convidativo.

2. PORTO

Onde ficar?
Ficar bem instalado no Porto é simples para os associados Montepio. Uma das possibilidades é o reputado NH Collection Porto Batalha, do Grupo Tivoli, um renovado palácio do século XVIII em pleno coração da cidade, com 10% de desconto para associados.

O que fazer?

Comer bem, passear e explorar as expedições marítimas e a natureza oceânica. Eis um Porto à medida.

Bonanza – Se o norte é sinónimo de comer bem, a gastronomia tem de ser uma prioridade. Almoce ou jante com direito a 10% de desconto, deixando-se levar por uma gulosa francesinha, um bacalhau à Braga ou um bife à Bonanza.

Sea Life Porto – Cavalos-marinhos, tartarugas, tubarões, pinguins, raias e outras espécies do fabuloso mundo aquático. Esta é a oferta do Sea Life Porto, com 30% de desconto nos bilhetes para associados.

World of Discoveries – É um amante da história e das expedições marítimas portuguesas? Então talvez o World of Discoveries, um espaço interativo e parque temático que recua ao século XV, desperte a sua curiosidade. Se é Associado Montepio tem 20% de desconto.

3. ALGARVE

Onde ficar?
Desfrutar do Hotel Quinta do Lago, em Almancil, do Placid Village, na vila do Carvoeiro, ou do Hotel Anantara, em Vilamoura. Eis três sugestões algarvias que garantem o conforto e o luxo, bem como descontos para associados Montepio. Se tem em vista outro tipo de experiência, pode consultar a lista de parceiros turísticos aqui.

O que fazer?
Se o Algarve não é apenas praia, desafiamo-lo a conhecer outros trunfos da natureza numa “pão de forma”, a ver golfinhos e a relaxar com uma massagem.

Happy Van – Descobrir a natureza algarvia ou ter uma experiência enoturística a bordo de uma Volkswagen “pão de forma” são duas das propostas originais da empresa Happy Van. Programe a sua atividade e usufrua de 10% de desconto.

Seadolphins – Ir no encalço de golfinhos ou visitar as grutas de Benagil são duas das ofertas da Seadolphins, com um desconto especial de 20% para associados Montepio.

BluSpa Falésia – Que tal uma ida ao spa e uma massagem com vista para a praia da Falésia, em Albufeira? Se for Associado Montepio, tem direito a 10% de desconto em todos os serviços de spa.

Como chegar?
Se vai passar férias ou um fim-de-semana longe da rotina, aproveite os descontos nas viagens de comboio (CP) ou de autocarro (Rede Expressos) pelo país. Se preferir conduzir, poderá poupar abastecendo na Repsol.

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