A inteligência artificial vai substituir a criação humana?

A inteligência artificial vai substituir a criação humana?
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Ilustração de Sérgio Veterano
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ste texto foi escrito pela IA generativa e faz parte do artigo homónimo publicado na edição n.º 9 da Revista Montepio. Não teve qualquer intervenção humana.

A Inteligência Artificial (IA) tem-se infiltrado nas nossas vidas de formas tão subtis e integradas que frequentemente não percebemos o quanto dependemos dela. Desde recomendações personalizadas de filmes e músicas até assistentes virtuais que respondem às nossas perguntas, a IA está a tornar-se uma presença constante. No entanto, à medida que a tecnologia avança, surgem questões importantes sobre até que ponto a IA pode, ou deve, substituir a criatividade humana. Este artigo examina os campos em que a IA provavelmente se destacará nos próximos anos, questiona se ela pode substituir o ato de criação humana e reflete sobre as implicações dessa substituição para a nossa identidade e singularidade como seres humanos.

A IA já demonstrou um potencial significativo em diversos campos. Na saúde, por exemplo, auxilia no diagnóstico de doenças, análise de imagens médicas e até na descoberta de novos medicamentos. No setor automóvel, a IA é a força motriz por trás dos carros autónomos, prometendo reduzir acidentes e melhorar a eficiência do trânsito. Na educação, personaliza o ensino para atender às necessidades individuais dos alunos, potenciando o processo educativo. Estas aplicações mostram que a IA pode realizar tarefas complexas e de alto valor, muitas vezes superando a capacidade humana em termos de precisão e velocidade.

No entanto, a questão de substituir a criação humana é mais complexa. A criatividade é uma das qualidades mais valorizadas e distintivas da humanidade. Ela abrange a capacidade de gerar ideias originais, resolver problemas de maneira inovadora e expressar emoções e pensamentos através da arte, música, literatura e outras formas de expressão. Pode a IA replicar certos aspetos dessa criatividade? Pode, por exemplo, compor música ou escrever poemas? Sim, e há muitos exemplos disso. A IA desenvolveu algoritmos que podem compor sinfonias no estilo de compositores clássicos, pintar quadros que imitam grandes mestres e até mesmo escrever romances.

No entanto, há uma diferença fundamental entre a criatividade gerada por IA e a humana. A IA funciona com base em dados existentes; analisa padrões e os replica, muitas vezes de maneiras surpreendentemente inovadoras. Mas essa “criatividade” é derivada de informações pré-existentes, não de uma experiência pessoal ou emocional. A criatividade humana, por outro lado, é profundamente enraizada nas nossas experiências, emoções e perspetivas únicas. É essa conexão íntima com a condição humana que dá à criação humana a sua profundidade e ressonância emocional.

Além disso, a criatividade humana não é apenas sobre o produto final, mas também sobre o processo. A jornada de um artista ao criar uma pintura, de um escritor ao desenvolver um romance ou de um cientista ao formular uma nova teoria é repleta de incertezas, desafios e descobertas pessoais. Esse processo é uma parte crucial da experiência humana, algo que a IA, por mais avançada que seja, não pode vivenciar.

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Outro aspeto importante a considerar é a tomada de decisão em campos como política, justiça e defesa. A IA pode analisar vastas quantidades de dados e fornecer recomendações baseadas em algoritmos complexos. Isto pode ser extremamente útil para identificar padrões e prever resultados, ajudando na formulação de políticas públicas e na administração da justiça. No entanto, a tomada de decisão nesses campos envolve mais do que análise de dados; exige empatia, ética e julgamento humano.

Por exemplo, na justiça, decidir uma sentença não é apenas uma questão de aplicar leis e regulamentos; envolve considerar as circunstâncias individuais do caso, a intenção por trás das ações e as possíveis repercussões sociais e pessoais das decisões. A IA pode fornecer informações valiosas para ajudar os juízes a tomar decisões mais informadas, mas substituí-los completamente negligenciaria a complexidade e a humanidade do processo judicial.

Na política, a IA pode ajudar na análise de políticas e na previsão dos seus impactos, mas as decisões políticas são intrinsecamente ligadas a valores, ideologias e às necessidades das pessoas que os líderes representam. Um algoritmo pode fornecer dados objetivos, mas não pode entender ou representar os anseios e as preocupações dos cidadãos de maneira significativa. Na defesa, a IA pode ser usada para monitorização e análise, mas decisões sobre a vida e a morte, sobre quando e como usar a força, são questões profundamente éticas e humanas.

Há também a questão do controlo e da confiança. Permitir que a IA tome decisões cruciais levanta questões sobre quem controla esses sistemas e como garantir que eles sejam usados de maneira justa e ética. A IA é tão imparcial quanto os dados que a alimentam, e se esses dados estiverem enviesados, as decisões da IA também estarão. Isto pode perpetuar ou até exacerbar desigualdades existentes.

Por outro lado, a reflexão sobre a IA pode ajudar-nos a entender melhor o que significa ser humano. A IA, ao replicar aspetos da nossa cognição e criatividade, força-nos a confrontar o que é realmente único em nós. Destaca a importância da empatia, da ética, da experiência pessoal e da emoção na criação e na tomada de decisões. A IA pode mostrar-nos que, enquanto a eficiência e a precisão são valiosas, a humanidade está na imperfeição, na subjetividade e na capacidade de sentir e de se conectar profundamente com os outros.

Além disso, a IA pode servir como uma ferramenta poderosa para potenciar a criatividade humana. Em vez de substituir os criadores humanos, a IA pode colaborar com eles, oferecendo novas perspetivas, sugerindo inovações e até automatizando tarefas mundanas para que os humanos possam concentrar-se nos aspetos mais criativos e significativos do seu trabalho. Por exemplo, na música, a IA pode ajudar a compor melodias ou ritmos, que os músicos humanos podem então adaptar e infundir com a sua própria emoção e estilo. Na literatura, a IA pode sugerir enredos ou personagens, mas são os escritores humanos que dão vida a essas sugestões com a sua habilidade narrativa e sensibilidade.

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No campo da ciência, a IA pode processar dados numa escala que os humanos não podem, identificando padrões e tendências que podem levar a novas descobertas. No entanto, a interpretação desses dados e a formulação de hipóteses e teorias continuam a ser uma tarefa que requer intuição e criatividade humanas. A IA pode ser uma parceira, ampliando a nossa capacidade de inovar e criar, em vez de nos substituir.

A singularidade humana, então, não está na nossa capacidade de realizar tarefas mecânicas ou analíticas que a IA pode fazer, mas na nossa capacidade de sentir, imaginar e conectar. A IA desafia-nos a valorizar e nutrir essas qualidades, lembrando-nos do que significa ser verdadeiramente humano. Em um mundo onde a IA desempenha um papel cada vez mais importante, o nosso foco deve ser em como podemos usar essa tecnologia para enriquecer e amplificar a experiência humana, não em como ela pode nos substituir.

Em conclusão, enquanto a IA continuará a transformar muitos aspetos da nossa vida e trabalho, a criação humana, com a sua profundidade emocional, empatia e singularidade, permanece insubstituível. A IA pode imitar e até colaborar na criatividade, mas a verdadeira criação humana é um reflexo das nossas experiências e emoções. Na tomada de decisões complexas, especialmente em campos como política, justiça e defesa, a presença e o julgamento humano são essenciais. Ao refletirmos sobre o impacto da IA, somos chamados a valorizar e preservar o que é verdadeiramente humano, utilizando a IA como uma ferramenta para potenciar a nossa criatividade e não para nos tornar obsoletos. A verdadeira revolução da IA será aquela que nos leva a uma maior compreensão e apreciação da nossa própria humanidade.

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