Não, não sou o único

Não, não sou o único
Ilustração de Shutterstock

Em 2021, aos 42 anos, Henrique Sobreira trabalhava no departamento jurídico de um dos maiores grupos empresariais do País, tinha um salário atrativo e uma vida confortável. Um dia, resolveu pôr em prática uma ideia que há uns tempos estava a ganhar forma na sua cabeça: anunciou a saída profissional e foi eleito presidente da Ovarense, clube histórico do basquetebol português, que hoje dirige a tempo inteiro e em regime pro-bono. “Não sou milionário, mas, ao longo da minha carreira, fiz uma gestão financeira cuidada e que me permite estar liberto de dívidas pesadas a terceiros”, justifica o jurista que, ainda assim, teve de reajustar os gastos.

A história de Henrique parece única, mas não é. Ao longo da História, muitas pessoas foram contracorrente, ou seja, tomaram decisões diferentes da maioria. Muitas delas tornaram-se, elas próprias, figuras históricas que iniciaram modas, descobriram inovações, desafiaram normas sociais, políticas e culturais. Primeiro estranha-se, depois entranha-se, dizia Fernando Pessoa de uma conhecida marca de refrigerantes. É assim, também, com as mudanças que fazem avançar a sociedade e que partem, todas elas, de pessoas.

As vidas de Germano Sousa, Débora Laborde ou até de David Pina, o primeiro medalhado de sempre de Cabo Verde nos Jogos Olímpicos, recordam-nos que a vida não é um compartimento estanque, estagnado, e que, para o bem ou para o mal, está sempre em mudança. Nestes momentos contamos com o apoio de uma instituição secular e que, de certo modo, é também única na longevidade, pertinência e capacidade de inovar.

Sendo esta uma edição que celebra os 184 anos do Montepio Associação Mutualista, falamos, também, do pioneirismo de um projeto ímpar na sociedade 一 um dos primeiros, em Portugal, a colocar o bem coletivo acima do bem individual. E falamos de Francisco Álvares Botelho, o primeiro Associado e um dos principais impulsionadores deste projeto que continua a melhorar a vida dos associados 一 e são mais de 600 mil em 2024, cada um com diferentes necessidades, decorrentes do momento de vida em que se encontram. Mas, também, cada um único no modo de viver a sua Associação.

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