Como tirar partido do crowdfunding
“O Crowdfunding é a tendência mais relevante na área da solidariedade, não só pela escala mas também porque pode tornar a ajuda humanitária sustentável”, indica o livro Harvard Trends, de Pedro Barbosa. O autor, docente do IPAM-Marketing School, considera que “a revolução digital ajudou a democratizar e a potenciar a microajuda de uma forma nunca antes vista”.
A confiança e a reputação são fatores fundamentais no crowdfunding. Por isso, o movimento ganhou uma nova dimensão com as redes sociais, nas quais os voluntários partilham os projetos através dos seus círculos de amigos e família.
Nova tendência com nova tecnologia
As ações podem passar por grupos de apoio a famílias na rede social Facebook ou por websites de micro projetos de apoio. O crowdfunding beneficia também do desenvolvimento dos meios de pagamento através da Internet, como o MBNet ou o Paypal.
Fernanda Freitas, jornalista e coordenadora nacional do Ano Europeu do Voluntariado em 2011, referiu, em entrevista ao Ei, a importância do crowdfunding:
“É algo que funciona muito nas redes virtuais e que, acima de tudo, pretende ser um movimento viral. Em vez de pedir diretamente dinheiro a uma pessoa ou organização para determinada causa, o que fazemos é ver quanto conseguimos angariar”
Nota: O Ano Europeu do Voluntariado foi instituído em 2011, pelo Conselho da União Europeia, sob o lema “Sê voluntário! Faz a diferença!”. A designação oficial é Ano Europeu das Atividades de Voluntariado que Promovam uma Cidadania Ativa.
Existem algumas organizações que se aproximam de iniciativas de crowdfunding, como a Associação Link ou a Call To Action. Estes consultores em fundraising e marketing para o setor social desenvolvem ações de angariação de fundos para causas sociais, culturais, religiosas, ambientais, de saúde ou educação. As duas organizações promovem ainda workshops sobre fundraising, como é o caso dos seminários Call to Action.
Que plataformas existem?
O lançamento de campanhas de crowdfunding está disponível em diversas plataformas portuguesas. É o caso da PPL, plataforma criada em 2011 e que atualmente já angariou perto de dois milhões de euros.
Criar uma campanha
Escolha um objetivo realista. No crowdfunding, os projetos só avançam se o valor for angariado no tempo previsto
O setor social é o terceiro com mais iniciativas na PPL, a seguir à área de música e livros/revistas. A campanha da associação No Bully Portugal é um dos exemplos de sucesso nesta plataforma portuguesa. A entidade angariou 2 117 euros para financiar um projeto piloto de combate ao bullying numa escola.
Para projetos sociais ou de micro empreendedorismo na cidade de Lisboa, poderá também recorrer à plataforma BoaBoa, lançada em 2016 por iniciativa da autarquia lisboeta.
Tem um projeto à escala global e quer angariar o apoio de pessoas dos vários continentes? As opção mais populares são as plataformas Kickstarter, Indiegogo e GoFundMe.
Lançar um projeto numa plataforma de crowdfunding
Precisa de financiamento para uma iniciativa social e quer recorrer ao crowdfunding? Siga estes passos:
- Prepare o projeto
- Introduza o projeto na plataforma. Apresente a descrição da iniciativa, os objetivos e as contrapartidas disponíveis, com recurso a vídeos e imagens. Seja conciso e apelativo
- Defina o objetivo de financiamento e o tempo necessário para o obter
- Divulgue a sua campanha de crowdfunding. Comece pela família e amigos, recorrendo sobretudo às redes sociais para ganhar maior alcance
- Receba os contributos através de cartão de crédito ou de débito, transferência, MBNet ou PayPal
- Concretize a sua ideia
Os financiadores destes projetos têm uma garantia à partida: no crowdfunding os projetos só avançam se o valor for angariado no tempo previsto.
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