“Dizem que a minha música cura. E que nunca tinham visto nada assim”

“Dizem que a minha música cura. E que nunca tinham visto nada assim”
16 minutos de leitura
Fotografias de Rodrigo Cabrita
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Fadista, dançarino, coreógrafo, performer, cantautor e, mais recentemente, ceramista. Jonas é um artista multifacetado que tem um objetivo claro: resgatar as raízes do fado e mostrar aos portugueses que este género musical, além de cantado, também pode ser dançado.

Em entrevista à Revista Montepio, o fadista invulgar Jonas falou do seu último álbum, A Maçã d’Adão, que incorpora influências diversas, e sobre a sua missão de devolver ao fado a vitalidade e o movimento perdidos ao longo do tempo.

Nasceste no dia 6 de 6 de 6 (1986). És supersticioso?

Mais do que supersticioso, desde criança que tive um contacto com a espiritualidade. Para mim nunca foi uma superstição, sempre fez parte da minha realidade.

Cresceste num meio muito religioso. Uma parte da tua família era católica, outra protestante. Pendeste mais para que lado?

O meu panteão é um bocadinho mais vasto. Agora estou muito interessado numa religião amazónica que se chama Santo Daime, o sincretismo de uma herança indígena, e afro-brasileira, com a cristã. Identifico-me muito com essa casa, mas existe espaço para outras coisas.

A minha família era cristã e levava-me à igreja. E todo o meu primeiro contacto com a arte, e a minha primeira formação, foi através da religiosidade. Acho que se vê no meu trabalho.

A tua música tem muita linguagem religiosa.

Sim. Mas isso não é menos importante do que os caretos ou o figurado de Barcelos. Para mim, o paganismo é importante e faz parte. Aliás, o próprio São Jorge é um santo meio pagão. Porque não há dragões na Bíblia. É uma herança celta pagã, por isso foi proibido na época do barroco.

Muitos fadistas atuais, contemporâneos, querem dar uma nova roupagem ao fado, incorporando alguns sons mais modernos. Dirias que fazes o oposto? Trazes as influências do passado para o presente?

Quero contribuir para a expansão do fado, mas faço estas misturas para romper. É um movimento de expansão. Hoje, o fado é uma herança de um determinado tempo da nossa cultura. Quando tive a visão do Bate Fado e de resgatar esta dança extinta, o que eu e o Lander ([Patrick], coreógrafo luso-brasileiro e colaborador regular de Jonas) descobrimos um fado muito diferente e que me interessou. Um fado com muitas cores, muito multicultural. Lisboa era um dos principais portos do mundo e tinha grande contacto com o Rio de Janeiro, onde havia uma influência pagã muito forte, do misticismo e da bruxaria.

Jonas nasceu numa data curiosa: 6 do 6 do 86. “Mais do que supersticioso, desde criança que tive um contacto com a espiritualidade”, refere

Os historiadores dizem que o fado é uma fusão cultural que aconteceu em Lisboa…

Quando comecei a ler os livros de história do fado, era-me difícil imaginar como seria [então]. Porque hoje é tão diferente, tão estático, tão mais dramático. O fado tornou-se um bocado eclético, mas era uma canção das camadas mais marginais e perigosas da sociedade. Estou muito curioso com este universo todo que se perdeu e que se apagou da nossa memória. Há poucos estudos e não há um livro que se foque só nas danças do fado. Porque desapareceu? Qual foi a expressão cultural que teve e qual a sua ligação ao Rio de Janeiro e ao Brasil? Falo do fado batido, que ainda existe no Brasil.

Onde vais buscar a informação? Sem vídeos, imagens ou sons, como crias essas imagens na tua cabeça?

Comecei com o livro Para Uma História do Fado, do Rui Vieira Nery. A partir daí fui pesquisando. Fechei-me na Torre do Tombo, na Biblioteca Nacional, e foi impressionante a quantidade de informação que encontrei. Existem também as caricaturas de Leal da Câmara, de Bordallo Pinheiro, de Manuel e mesmo figuras de cerâmica. Quando estávamos a trabalhar com o Museu Bordallo Pinheiro, em Lisboa, eu e o Lander encontrámos duas figuras de cerâmica de pessoas a bater o fado. No museu, não sabiam disso. São as únicas figuras 3D que conhecemos de dois batedores de fado e tudo isto está por reunir no mesmo sítio e por reconstruir.

É este o teu material de trabalho?

Brinco com isso e com outros elementos culturais da nossa história, como os caretos e o religioso pagão que vive em Barcelos, que também são expressões artísticas muito pouco conhecidas da maioria dos portugueses.

O fado que veio do Brasil

O teu álbum A Maçã de Adão tem muitas influências. Tens uma música com sotaque brasileiro…

É um lundu tradicional, que se chama Lundu Marajoara. O lundu era uma dança muito próxima do fado batido, que o influenciou, e que se tornou moda em Lisboa Por isso decidi agarrá-la. Fiz uma letra de um dos pecados, que é a preguiça. Não é que esteja a chamar preguiçosos aos brasileiros, mas há uma dengosidade e um mel que nós não temos. É quase uma ode à preguiça. A preguiça na dose certa faz bem e é essencial.

O teu álbum também tem uma música flamenca, cantada em espanhol. O que te motivou a escrevê-la?

Isto tem uma história. Quando comecei no Bate Fado, fiquei muito fixado na Severa, que é a primeira grande personagem do fado em Portugal, a primeira heroína prostituta e que vem do povo. Ela morreu aos 20 anos, e tentei imaginar que pessoa terá sido esta que morreu em miúda e se tornou uma lenda. Depois do Bate Fado, estava em Espanha e comecei a ouvir a música La Virgen de La Macarena, uma música tradicional em homenagem à virgem dos ciganos. Achei que ela também seria a virgem da Severa. Então nasceu esta música, quase uma imagem ficcional da Severa a dançar para a virgem, desta conexão entre a herança cigana da Severa com a virgem.

O álbum Maçã d’Adão, lançado em 2024, é o segundo da discografia a solo. As influências vêm de todos os pontos do mundo, sobretudo do Brasil

No teu processo de criação deste disco, o que surge primeiro? Um som? Uma imagem? Uma dança?

Primeiro vem a melodia, às vezes já com a letra. É maravilhoso quando isso acontece. Ou a melodia já existe e fico obcecado por essa música, como aconteceu com Vaidade (Lundu Marajoara) e com Virgen de la Macarena. Começa a vir uma letra, umas palavras para aquela música e depois essas palavras, esses episódios, essas histórias é que dão corpo ao próprio espetáculo e à imagem do álbum. É como se a peça falasse comigo e eu vou descobrindo.

Com as influências que trazes para o género, sentes que estás a dar voz a uma nova geração ou a resgatar histórias que ficaram no passado?

Acho que nós temos isso tudo, mas está tudo misturado. Posso realçá-las, mas estas influências já estão todas no fado.

Gostavas que esta fosse a tua missão?

Já é, mais ou menos. Para mim, deixou de fazer sentido fazer um concerto de fado sem dança, sem continuar esta missão de resgatar um ato tão ancestral como bater com o pé no chão. Foi das primeiras coisas que a civilização humana fez, está presente nos quatro cantos do globo, no contexto cerimonial e ritualístico. E estará sempre presente na arte.

O vídeo Moraria Moirama é bastante curioso. Começas deitado num velório, com pessoas a tocar à tua volta, um galo de Barcelos. Depois levantas-te e começas a dançar e a andar pelas ruas da Mouraria. Que mensagem queres transmitir?

O caixão é a ideia de passagem, de novos recomeços, algo que termina e outra coisa que recomeça. É uma ideia que me agrada muito. Dizem que a Mouraria é o berço do fado, em Lisboa. É o berço também da Amália e da Severa e é o berço da minha mãe e da minha avó. E eu tenho uma ligação muito forte com aquele bairro. Já fiz lá concertos e projetos que foram muito fortes e há um grande magnetismo.

A música é atraída para a Mouraria?

A música é uma celebração desse lado mourisco que existe, sempre existiu e agora cresceu imenso. É importante que esse lugar de fala exista e seja saudável, numa tentativa de dialogar. A minha mãe [que participa no vídeo], quando chegou lá disse que parecia que lhe tinham apagado as memórias. Eu, como não conhecia essa Mouraria e sempre conheci esta, acho incrível. Sempre foi um sítio de diversidade e de riqueza onde ia buscar coisas para os meus espetáculos ou provar comidas novas. Era um pedaço do mundo que estava ali, de um mundo inacessível que não encontrei em mais sítio nenhum do país. Uma das diferentes realidades da geração mais antiga. E este vídeo fala disso tudo e de todas essas experiências que também tenho vivido ali.

A tua música, no geral, é muito bem recebida pela crítica. E o público, como recebe a tua música?

Muito bem. Depois dos espetáculos já me disseram coisas muito tocantes. Uma delas é que a minha música cura. E o que mais me dizem é que nunca tinham visto nada assim. Acho que o caminho está a ser construído, muito lento e muito sólido. O primeiro álbum chama-se São Jorge por causa da luta e da batalha que deu. E o caminho na música tem sido assim, mesmo degrau a degrau, ao contrário da dança, em que tudo aconteceu de repente. A música tem sido mais duracional. Mas sinto que estou no caminho certo e que as coisas estão a acontecer.

A carreira de Jonas é feita de luzes e sombras. O artista lançou o primeiro álbum a solo aos 35 anos e segue caminhos incomuns para os cantores tradicionais

O teu primeiro álbum a solo foi lançado quando tinhas 34, 35 anos. Porque demoraste tanto tempo a chegar aqui?

O primeiro de todos foi o Fado Mutante, em 2011, um projeto para o qual fui convidado enquanto vocalista e que também foi muito importante para mim. Realmente, o primeiro álbum de autor é São Jorge. Ou seja, entre 2012 e 2021 foi o processo de cozinhar. As coisas têm o seu tempo certo.

Acho que não estava preparado. Quando me ouço a cantar as músicas com a voz que tinha naquela altura, e com aquela interpretação, percebo por que as coisas tiveram que demorar este tempo. Foi muito duro. Mas estou a gostar muito do caminho.

Achas que esta tua abordagem ao fado limita um pouco a tua audiência? Ou consegues buscar audiências a outros estilos musicais?

Tenho sentido que as pessoas que não gostavam de fado vêm ter comigo e dizem-me: “Eu não gosto de fado, mas gosto do teu fado.”

Não te custa ouvir isso?

Eu percebo porque é que as pessoas dizem isso. Nós estamos noutra aceleração e noutra luz. As coisas mudaram muito desde que eu era criança. E ainda mais desde a altura dos meus pais. Foram três gerações ao longo das quais as coisas mudaram mesmo muito. Quando o fado era como a música pop, as condições de vida eram muito duras e o fado espelhava a voz do povo. Hoje em dia, essa já não é a realidade. Ainda há condições duras, mas estamos muito diferentes das condições de vida durante a ditadura. O fado ficou muito ligado a essa dor e acho que está agora a recuperar. Há uma alegria que o fado perdeu com a Primeira Guerra Mundial, porque foi uma tragédia para a família de quem lá morreu. O fado escureceu de uma forma impressionante, e depois a ditadura dá a estocada final. E é este fado que temos hoje.

Em 2025, Jonas vai continuar a dar cartas na inovação musical. “As pessoas que não gostam de fado vêm ter comigo e dizem-me: ‘Eu não gosto de fado, mas gosto do teu fado.’

Um futuro confortável

Se pudesses voltar ao passado e encontrares-te com um fadista, quem escolherias?

É fácil e acho que a resposta deve ser quase unânime: Amália. É a principal maestra, que nos ensina e que abriu e expandiu o fado. Foi quase uma explosão. Mas há muitos fadistas com quem gostava de me reencontrar ou de me encontrar: a Beatriz da Conceição, a Fernanda Maria, o próprio Alfredo Marceneiro, o Carlos Almeida, imensos… o Max.

Com quem gostarias de fazer um dueto?

Ney Matogrosso seria uma hipótese. Ou a Amy Winehouse. Mas não sou muito de duetos. Gosto de cantar em grupo, num coro, ou a solo.

Recentemente, começaste a dedicar-te à cerâmica. De que forma se relaciona com a tua música?

Comecei há já uns anos, mais precisamente na altura do Bate Fado, quando conheci o trabalho da Rosa Ramalho, que considero a maior ceramista portuguesa. A história dela abriu-me um portal criativo. Era a maior ceramista do figurado de Barcelos, mas não tinha a 4.ª classe, não sabia ler ou escrever. E recebia visitas de figuras como o rei de Itália. Isso fez-me mergulhar nesse universo e, desde então, não parei.

Como é que a cerâmica te influenciou?

No livro Génesis, o homem é criado da Terra e, com o pecado original, a ela regressa como castigo. Essa ligação entre o sagrado e o profano permeia o meu trabalho. O figurado de Barcelos, com os sete pecados capitais, influenciou-me muito. O título do meu álbum reflete essa dualidade, misturando elementos pagãos e sagrados, como a maçã e a história de Adão. A cultura popular portuguesa também está presente: a tradição dos caretos, que aparecem uma vez por ano para subverter o medo e a opressão, é um exemplo de como exploro esses contrastes. A nossa história, como a de São Jorge, mistura influências pagãs e cristãs, o que torna tudo ainda mais fascinante.

Consegues ganhar dinheiro com a música? Já és profissional?

Eu sempre vivi da arte. Tive momentos mais apertados, mas desde muito novo fiz teatro musical, mas com vários projetos em curso. A nossa primeira peça de dança entrou logo numa rede de dança europeia, por isso, mesmo durante a pandemia, nunca parei de trabalhar. Neste aspeto, não me posso queixar. Sempre consegui viver da arte e a arte sempre me deu memórias muito felizes. E trouxe abundância, essencialmente de histórias e de vida.

Pensas muito no futuro, tens essa preocupação de poupar para o futuro?

Não tenho medo nenhum do futuro. Tenho projetos até quando for velhinho, projetos ambiciosos. Não tenho medo nenhum do retorno financeiro, porque sempre tive muitos planos. Quando temos uma espiritualidade saudável, tudo o resto vem por acréscimo. Para mim, a família, o trabalho e a espiritualidade são pilares essenciais.

O que gostavas de fazer que ainda não tenhas feito?

Estou a planear fazer uma exposição de cerâmica e mostrar esse meu universo, as novas personagens. Neste momento, a minha casa em Montemor-o-Novo é um projeto [de futuro], porque vai ser uma casa semipública: um estúdio de música, galeria, atelier e vamos ter noites de música. Montemor-o-Novo é um sítio que tem muita atividade artística, talvez o local, além de Lisboa, com mais atividade artística do país. É um fenómeno e sinto que a casa vai ser um projeto na minha vida e na do Lander.

Em breve, a casa do artista, em Montemor-o-Novo, vai receber noites de música. Será também um estúdio de gravação, galeria e atelier

Vem na sequência da casa de fados que tiveste em Sintra?

Chamámos Sinistra [Associação Cultural] à nossa produtora porque era o nome da nossa casa de fados de Sintra. Sempre tive uma paixão por Sintra e tinha o sonho, desde pequenino, de montar uma casa de fados lá, o que aconteceu em 2015. Foi um fenómeno que não estávamos à espera e, como era a segunda vida de todos, não conseguimos continuar porque ganhou uma grande proporção. Esta casa é um bocadinho a continuação desse projeto.

Os fadistas têm uma aura quase bíblica, de serem os escolhidos. Tu, ainda por cima, chamas-te Jonas. Sentes-te o escolhido?

Sim, dizem que o nome Jonas é o presente de Deus ou enviado de Deus. Eu não queria essa responsabilidade. Nós, os fadistas, dizemos que não escolhemos, que somos escolhidos. É porque se vivermos sem o fado, não somos a mesma pessoa. É quase como se fosse o nosso oxigénio. Mesmo que queiramos fugir, não dá. O fado de hoje em dia pode ser um bocadinho depressivo e estamos a lidar com histórias densas. O fado tem essa coragem de cantar coisas que as outras músicas não têm. A morte, o machismo, a traição… É como tratar a ferida pelo fogo, o que pode ser pesado. Mesmo quem tenta afastar-se, mais tarde ou mais cedo volta.

10 perguntas-relâmpago a Jonas

1. Se tivesses de escolher uma palavra para descrever a tua música, qual seria? Porquê?

Só uma? Curadora. Eu acho que a arte para mim sempre me curou. Tive um trajeto de vida difícil e a arte sempre me ajudou. Nunca fiz psicoterapia, portanto se resultou comigo acho que deve resultar com os outros.

2. Que género de música ouvias em criança?

Tanta coisa. Bjork, Queen… Os meus pais tinham muita cultura musical. O meu pai cantava ópera e a minha mãe fado. Nós ouvíamos muita música, e muito fado, em casa dos meus avós. E sempre música diversificada: Elis Regina, Céline Dion e Whitney Houston.

3. Qual foi o primeiro álbum que compraste com o teu dinheiro?

Eu acho que foi Whitney Houston. Para mim, sempre foi uma espécie de revolução e de endeusamento afro. Aquele grau de adoração, de diva, de popstar à escala global que nós ainda não tínhamos. Foi um fenómeno muito revolucionário naquela época. E a Whitney tem ali uma carga qualquer. Tem ali qualquer coisa espiritual.

4. E o primeiro livro?

Foi Moby Dick [de Herman Melville]. Que me bateu mesmo, por causa da história do Jonas e da Bíblia, que é engolido com a baleia, e desta relação de fazer bonecos que também são engolidos pela baleia. Esta coisa da relação com o mar, que eu também tenho muito forte.

5. Qual foi o objeto mais caro que já compraste?

Foi um tapete de Arraiolos que vai agora lá para casa, pelo qual me apaixonei. Eu gosto muito da arte que vem do povo. O tapete estava na Guarda e tem um padrão que não existe. Fui a Arraiolos falar com todas as tapeteiras, ver montes de tapetes, porque era um grande investimento. É realmente um artigo muito raro e acabei por comprar. E quando cheguei a casa não coube na sala. Por isso tive que partir uma parede.

6. Quando passa uma música tua na rádio, o que sentes?

Uma alegria enorme. O meu objetivo é que a minha música não seja minha e que ganhe vida própria. Tenho o sonho de chegar um dia a uma casa de fados e de ter alguém a bater o fado, alguém que eu não conheça, com quem nada tenho a ver.

7. Jonas é o teu nome verdadeiro?

Sim, a minha mãe é muito religiosa e o meu parto foi muito difícil. Ela diz que eu não nasci mas que estreei, porque havia uma turma a assistir.

8. Gostas de ouvir música antes de subires ao palco?

Geralmente, estou a cantar músicas de proteção e a aquecer o corpo.

9. O que nunca pode faltar no teu camarim?

Água. É uma coisa de que preciso muito antes de entrar para limpar as energias. Uma comidinha é sempre bem-vinda.

10. Se não fosses fadista, o que gostarias de ser?

Ceramista. Coreógrafo. Podia ser tanta coisa. Adoro a natureza. Adoro histórias. Podia ser também arqueólogo. Arquiteto. Podia ser um monte de coisas. Mas se isto não resultasse nesta vida, eu iria ser muito infeliz. Eu não sei que pessoa seria se não tivesse conseguido trilhar este caminho. Porque tenho realmente necessidade de me exprimir.

Quem é Jonas?

Fadista invulgar, Jonas é mil coisas numa só. Mas é sobretudo um inovador que procura na História as raízes para o Bate Fado, um espetáculo híbrido entre a música, a dança, o sapateado e a performance artística. Nascido em 1986, Jonas entrou na escola de artes Chapitô em 2002 e começou a trabalhar com Filipe La Féria, no musical A Canção de Lisboa, em 2005. Depois de uma curta passagem por Londres, regressou a Portugal para se dedicar ao fado. É corista da música Senhora do Mar, interpretada por Vânia Fernandes no Festival Eurovisão de 2008, e vocalista do álbum Fado Mutante, com o grupo Rosa Negra, em 2011. Quatro anos depois, fundou a casa de fados Sinistra, no centro da vila de Sintra, que é também o nome da associação cultural lançada mais recentemente. A solo, Jonas estreou-se em 2021 com o álbum São Jorge, ao qual acrescentou Maçã D’Adão três anos depois. Nos últimos meses, Jonas tem levado a sua música a auditórios de todo o país, tendo-se tornado uma figura cada vez mais conhecida dos portugueses.

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