O que mais o assusta quando pensa no futuro? Talvez a educação dos seus filhos? As alterações climáticas? A “tecnologização” da vida humana? A progressão da economia, a par da qualidade de vida dos cidadãos? Ou antes a falta de tempo para o ócio e o lazer? O que nos preocupa enquanto indivíduos pode apresentar ligeiras diferenças, mas, independentemente da profissão, idade ou capacidades económicas, as questões determinantes não serão assim tão distintas. Desejamos saúde, conforto, realização pessoal e alguma felicidade.
A 5.ª edição da Revista Montepio centra-se no que desejamos e no que é preciso mudar para não deixarmos escapar os nossos direitos fundamentais. Em 2023, saídos de uma pandemia e envoltos numa guerra na Europa e nas suas consequências socioeconómicas, “perguntamo-nos onde estão os nossos pilares, as nossas garantias, o nosso conforto”, afirma o músico Pedro Sousa. Ao mesmo tempo, há questões que vêm de trás. Vivemos num “esquecimento progressivo da cultura lúdica humana, e ela é um direito”, lembra o pedagogo Carlos Neto. E por mais que assistamos a progressos, experienciamos desafios que abalam as nossas estruturas, como acontece na área da saúde. Como reflete a ex-deputada Marta Rebelo, “não estamos preparados para lidar com a maior parte dos problemas de saúde mental dos adultos. Mas, com os dos mais novos, menos ainda”.
A terceira década do século reclama mudança e, se o futuro se esconde numa nuvem de incerteza, também existe energia para afastá-la do caminho. Devemos, para isso, aprender com a ciclicidade da história, bem como colocar os avanços tecnológicos e civilizacionais do lado da humanidade – e não contra ela. Devemos olhar de frente para os grandes desafios, acompanhar os sonhos e mudanças das novas gerações e apostar numa atitude de previdência que ajude a desenhar o amanhã.
“I know not what tomorrow will bring” (Desconheço o que o dia de amanhã trará) foram as últimas palavras escritas por Fernando Pessoa. Mas o futuro fez-se e trouxe inovações espantosas. A frase data de 1935, contava o Montepio Associação Mutualista 95 anos. Nunca soubemos, nem saberemos, como seria o dia de amanhã, mas como Instituição presente e pronta a construir o futuro podemos, juntos, fazer com que cada dia seja sempre melhor.
